Os Indicadores CEPEA/ESALQ apontam que ocorreu um distanciamento de preços dos cafés arábica tipo 7 (bebida rio) e canéfora (robusta) tipo 7/8 quando comparado as temporadas 2017/2018 e 2018/2019, no momento houve uma leve aproximação para a safra 2019/2020.
Na parcial da temporada (de julho a 25 de outubro/19), a diferença entre as cotações das duas variedades está em 44,58 Reais/saca de 60 kg. Apesar do café canéfora (robusta) seguir desvalorizado em 2019/20 – os preços têm recuado com força nas últimas safras, devido à recuperação da produção em 2017/18 –, as cotações do arábica tipo 7 também apresentaram acentuada queda nos últimos meses, influenciando o estreitamento entre os valores das duas variedades.
A safra 2019/2020 vem preocupando por problemas de qualidade do arábica, o que eleva a disponibilidade de grãos com bebida inferior, como é o caso do arábica tipo 7 bebida rio. Agentes apontam menor demanda da variedade, uma vez que, além do aumento do uso do canéfora nos blends nas torrefadoras nacionais, as exportações do arábica tipo 7 têm sido mais fracas. Segundo eles, o câmbio desfavorável nos principais países importadores da variedade e a menor disponibilidade de café tipo 7 mais suaves estão entre os fatores que têm limitado os embarques brasileiros.
Já para os preços dos arábica e canéfora de maior qualidade, por outro lado, foi observado aumento no diferencial. Na parcial da temporada, a diferença entre os Indicadores CEPEA/ESALQ das espécies, ambas do tipo 6, está em 135,53 Reais/saca de 60 kg, sendo que, na temporada anterior (2018/19), o diferencial estava em 100,35 Reais/sc no mesmo período, em termos reais.
O aumento da diferença dos dois tipos de café esteve atrelado à sustentação dos valores do arábica no início desta temporada, devido às preocupações quanto ao clima durante a colheita da safra 2019/2020 e o desenvolvimento da temporada 2020/2021. Apesar do alargamento, até o final da safra, o diferencial deve continuar semelhante ao observado em 2018/2019.
Especialistas acreditam que os preços devem seguir patamares baixos ao longo desta safra. Para o canéfora a expectativa é de um volume confortável para a safra 2020/2021, já o arábica acredita-se que os preços devem seguir em níveis baixos do que as safras anteriores.
A ressalva fica por conta do clima neste último trimestre de 2019 e início de 2020, que ainda será essencial para a formação dos preços de ambas as variedades. Com as chuvas escassas até outubro, muitos agentes estão preocupados com o desenvolvimento da safra 2020/2021. Alguns acreditam que parte do potencial produtivo já teria sido limitado pelo clima quente e firme dos últimos meses. Outros, no entanto, ainda esperam produção nacional elevada, caso o clima seja favorável daqui para frente. No geral, estimativas mais precisas quanto ao real potencial produtivo da safra 2020/2021 podem ser realizadas a partir de dezembro, com o enchimento dos grãos.
Análise é do mercado cafeeiro foi elaborada pela Equipe Café CEPEA/ESALQ. As informações são da Agência Estado