A safra 2018/2019 foi considerada recorde quando comparada a passada. Especialistas acreditam que a próxima de 2019/2020 deve ser menor que a desse ano, porém cheia, por conta da bienalidade negativa da variedade arábica.
Segundo Renato Ribeiro, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em entrevista ao Diário, Comércio, Indústrias e Serviços (DCI), as condições climáticas estão favoráveis até o momento, o que pode fazer com que o próximo ciclo não seja tão mais baixo que o anterior.
A alta safra esse ano ocorreu por conta da bienalidade positiva do café arábica e recuperação da produção do conilon.
Com o aumento de oferta no Brasil, os preços da commodity recuaram. No caso do arábica, de R$ 452 a saca de 60 quilos na média de outubro de 2017 para R$ 441 por saca na média do mesmo mês deste ano, considerando-se os valores nominais. “Essa quebra já vinha precificada desde meados do ano”, comenta Renato.
Caso se confirme a perspectiva de uma boa safra no Brasil em 2019/2020, os estoques de café mundiais estarão ainda maiores em um cenário que Vietnã e Colômbia colhem produções elevadas.
De acordo com o último levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgado no começo deste mês, no acumulado do ano civil, o Brasil exportou 27,5 milhões de sacas de 60 quilos, um crescimento de 10,3% na comparação com igual período do ano passado. A receita cambial nessa mesma base de comparação recuou 4,9%, alcançando US$ 4 bilhões.
As informações são do Diário, Comércio, Indústrias e Serviços (DCI), por Marcela Caetano.