Na última semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma quebra de até 30,5% na produção de café da safra 2021/2022. Para Minas Gerais, principal produtor brasileiro, a queda pode ser de até 43%. Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), os números preocupam.
“É uma perda muito significativa e que nos preocupa muito, porque esses reflexos do clima provavelmente impactarão também a safra seguinte, de 2022. Precisaremos criar dispositivos para que o cafeicultor brasileiro tenha condições de ultrapassar esse momento. Desde o ano passado temos trabalhado nessa busca por recursos, linhas de crédito e instrumentos de renda para o produtor”, destaca Breno Mesquita, vice-presidente da federação e presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Segundo ele, os números da Conab batem com a percepção do setor produtivo. “Já vínhamos alertando para este cenário desde o ano passado. Além da bienalidade negativa, tivemos graves problemas climáticos em 2020, que já nos sinalizavam uma perda preocupante para a safra atual. Os percentuais levantados pela Conab são bastante similares aos que temos recebido de feedback dos produtores e cooperativas”, comenta.
Minas Gerais responde por quase metade de toda a produção nacional e deve alcançar entre 19,8 milhões e 22,1 milhões de sacas (redução de 42,8% em relação ao último ano). Segundo a Faemg, a perda mineira pode ser percentualmente maior do que a média de outros estados, pela predominância do café arábica, que sofre maior influência da bienalidade negativa.
As informações são da Agência Safras.