Analistas, pesquisadores e cooperativas de cafeicultores de Minas Gerais afirmam que apesar dos imensos danos que as chuvas causaram na infraestrutura urbana, aparentemente não afetaram os cafezais em áreas como Sul de Minas e Zona da Mata.
Os cafezais podem ter sido beneficiados pela umidade, ainda assim, existem muitos problemas para a infraestrutura rural, com o colapso de várias pontes e a deterioração das estradas que ligam fazendas a armazéns das cooperativas. Houve relatos de deslizamentos de terra destruindo milhares de pés de café ao mesmo tempo, mas foram ocorrências isoladas, afirma pesquisa.
“Tivemos esse infeliz caso quando um deslizamento de terra carregou 30 mil pés de café para baixo do morro, derrubando a casa do produtor e infelizmente sem sobreviventes”, afirmou Fernando Cerqueira, chefe da Coocafé, uma cooperativa de café na Zona da Mata, leste de Minas Gerais.
Cerqueira comentou, ainda, que um agricultor da região viu seu armazém desmoronar, com muitas sacas carregadas pelas águas da enchente.
Mais ao sul, onde fica o maior exportador de café arábica do Brasil, as chuvas foram menos violentas, disse Mario Ferraz de Araújo, que supervisiona o desenvolvimento técnico dos agricultores cooperados da Cooxupé. “Diferentemente de outras partes do Estado, as chuvas aqui foram mais leves. Elas duraram vários dias, mas caíram regularmente ao longo do tempo”, disse Araújo.
Haroldo Bonfá, analista de café da consultoria Pharos, acredita que as chuvas foram positivas para os cafezais, em geral. “Aumentou a umidade do solo e permitiu reabastecer os reservatórios, o que será bom para a irrigação daqui para frente.”
Especialistas acreditam que os agricultores podem encontrar dificuldades de entrar em algumas lavouras para atividades de tratos culturais, como a aplicação de fungicidas, o que pode ter implicações negativas para a produção.
As informações são da Reuters