Os moradores de Lajinha (MG) ficaram assustados na tarde da última quarta-feira (26), quando uma chuva de granizo caiu por quase uma hora, cobrindo a área rural da cidade, a mais de 240 quilômetros de Belo Horizonte, e próxima à divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo.
Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver estradas, montanhas, casas e ruas cobertas de gelo:
O fenômeno trouxe prejuízo a muitos moradores e estabelecimentos que tiveram telhados quebrados e carros amassados. Segundo a prefeitura, esse foi o maior volume de granizo já registrado na história do município.
“Ainda não temos noção completa do estrago, mas foi bem grande”, disse Pedro Boechat, gerente de comunicação da prefeitura. Ele acredita, ainda, que o fenômeno pode ter causado ainda mais danos à vegetação e à agricultura de Lajinha. No início desta noite, a Defesa Civil ainda prestava auxílio aos moradores atingidos e avaliava os danos causados.
Estael Sias, meteorologista da MetSul, explica que a chuva de granizo ainda é um dos efeitos do La Niña, que diminui a temperatura das águas no Oceano Pacífico e afeta o Brasil pela terceira primavera consecutiva. Alinhado às mudanças climáticas e causando o “frio tardio”, que promete neve para a região Sul do País, o fenômeno criou as condições ideais para a “tempestade perfeita” na cidade.
“É importante avaliar em várias escalas. A atmosfera está mais fria do que o normal e não tem limites geográficos, então, quando formam-se essas nuvens com temperaturas menores, temos as condições favoráveis à formação do granizo”, diz Estael, explicando que o topo dessas nuvens pode chegar a -80º C. “Algo dessa dimensão, entretanto, não é tão corriqueira nessa região de Minas.”
As informações são do Estadão via Agnocafé.