A última semana foi de acentuada volatilidade nos contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe, devido às chuvas que finalmente caíram sobre os cafezais brasileiros após um longo período de seca, de aproximadamente seis meses.
A chegada das chuvas, aguardadas pelos cafeicultores brasileiros, eram previstas desde o final do mês passado, mas não mudam os fundamentos do mercado – que continuam os mesmos – mas trazem mais dúvidas e incertezas aos operadores, contribuindo, assim, com o intenso sobe e desce das cotações do café em Nova Iorque e Londres.
Essas chuvas, essenciais para a formação das próximas safras brasileiras de café 2025/2026 e 2026/2027, estão bastante atrasadas. Quando caírem de forma regular, deverão diminuir o ritmo dos estragos, mas não recuperarão o que já foi perdido. A partir do início do período chuvoso, será preciso acompanhar o ciclo das chuvas e as temperaturas médias no decorrer da primavera e verão, para, então, a partir de março de 2025, os agrônomos avaliarem o tamanho das perdas na produção brasileira de café em 2025.
As manchetes dos principais meios de comunicação confirmam diariamente que as incertezas climáticas se sucedem, são globais, e sem sinais de normalização à vista. Isso, aliado ao forte aumento do consumo mundial de café nas primeiras décadas do século 21, derrubaram os estoques mundiais de café, sem perspectivas de recomposição nos próximos anos.
ICE Futures Nova York (US): os preços do arábica para dezembro oscilaram, mas fecharam a sexta em US$ 2,5205 (-270 pontos).
ICE Futures Londres (UK): os contratos para janeiro encerraram a sexta em US$ 4.678 (- US$ 64).
Estoques de café certificados: na ICE Futures subiram 6.835 sacas, totalizando 815.087 sacas. Comparado ao ano anterior, houve aumento de 369.645 sacas.
O dólar encerrou a semana passada cotado a R$ R$ 5,6160, em alta de 0,52% frente aos R$ 5,4560 da semana retrasada.
Mercado físico brasileiro: com os contratos de café, na ICE Futures US e na ICE Europe, oscilando com força todos os dias, os compradores ajustaram suas ofertas ao longo dos dias, acompanhando o sobe e desce das cotações. O volume de negócios ficou abaixo do usual. O número de cafeicultores interessados em fechar negócios não foi grande. As ofertas no mercado físico brasileiro continuam com deságios bem superiores aos usuais ante as cotações dos contratos na ICE americana.
Clima: nos próximos cinco dias, os volumes de chuvas podem ultrapassar 70 mm em áreas produtoras do Espírito Santo e no interior de Minas Gerais. Em São Paulo e no Paraná, os volumes serão mais moderados, mas as chuvas também devem ocorrer de forma mais abrangente. Em Rondônia tem previsão para chuva moderada, mas na forma de pancadas. Além da chuva, outro destaque é a redução do calor devido ao aumento das instabilidades. Na próxima semana, teremos a formação de novas instabilidades no interior do país, que vão intensificar ainda mais as chuvas. Com isso, no período de 14 a 18 de outubro, são esperados os maiores acumulados de precipitação sobre as áreas produtoras mais do Sudeste, Rondônia e sul da Bahia. As áreas produtoras do Espírito Santo, Cerrado, sul da Bahia e Rondônia devem receber volumes que podem superar 100 mm nesse período. O Sul de Minas, São Paulo e Paraná devem receber episódios mais esparsos e com volumes menores neste período.
Até o dia 11, os embarques de outubro totalizavam 1.257.854 sacas embarcadas (936.288 sacas de arábica, 201.379 sacas de conilon, mais 120.187 sacas de solúvel).
Emissão de certificados de origem: até 11/10, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 1.839.805 sacas.