A Região do Cerrado Mineiro através da Fundaccer-Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro, da Epamig e em parceria com a Unicerp dá um passo importante para o melhoramento genético da cafeicultura na Região. A ação pioneira buscará, em parceria com produtores da Denominação de Origem, observar como variedades de café se comportam em termos de produtividade, qualidade de bebida e resistência a doenças em diferentes microrregiões e altitudes, aproximando assim os resultados de pesquisas com o cafeicultor.
O lançamento desse projeto, uma parceria público-privada, aconteceu no último dia 26 de abril, em Patrocínio, Região do Cerrado Mineiro com a presença do pesquisador da Epamig Dr. Gladyston Rodrigues de Carvalho, que coordenará o projeto e também de representantes da Fundaccer e dos produtores participantes. O pesquisador explicou que a base do Cerrado Mineiro está na variedade catuaí, mas experimentos feitos pela Epamig com outras variedades apresentaram resultados muito relevantes tanto em produtividade, quanto em qualidade e agora elas poderão ser testadas em ambientes diversos.
Serão 30 propriedades envolvidas em 17 municípios polos em cafeicultura na Região do Cerrado Mineiro. A Epamig selecionou 12 variedades de café desenvolvidas pela Empresa para serem observadas durante seis anos nessas propriedades. Os produtores participantes terão o acompanhamento do Dr. Gladyston e de sua equipe durante toda a duração do projeto e os resultados serão compartilhados com todos os 4.500 produtores da Região do Cerrado Mineiro. “As unidades demonstrativas serão montadas nas propriedades e pertencem a todo Cerrado Mineiro. Assim que os resultados forem aparecendo eles serão apresentados no Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura do Cerrado Mineiro que deverá acontecer anualmente. Ao final de todo o projeto teremos as informações de qual cultivar é melhor para a condição daquela microrregião, sob o aspecto de produtividade, resistência a doenças e qualidade de bebida”, explicou o pesquisador.
“O principal foco da Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro, que é o braço de Pesquisa e Desenvolvimento da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, neste projeto, é identificar e avaliar o comportamento das diferentes variedades em cada microrregião no que diz respeito à qualidade de bebida. O Cerrado Mineiro tem características edafoclimáticas bem definidas, contudo sabemos que temos microrregiões que são distintas em alguns fatores, o que naturalmente proporciona diferentes tipos de bebida onde é fundamental inter-relacionarmos o terroir cultivado com a cultivar a ser plantada. Nos vinhos isso já é uma realidade, sabemos muito bem que determinadas variedades de uva obtém melhores resultados na taça conforme o terroir onde é cultivada. O exemplo mais evidente disso é a variedade malbec, tradicionalmente cultivada e muito bem adaptada na Região de Mendoza na Argentina. No café o melhoramento genético está ainda muito relacionado à produtividade e resistência, queremos dar um passo além e poder levar até a xícara dos consumidores a bebida das melhores variedades que obtivermos os resultados no Cerrado Mineiro”, finalizou o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal.