Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que os preços do café arábica subiram ao longo de abril no mercado doméstico. A elevação esteve atrelada ao avanço dos futuros da variedade e à menor oferta do grão no físico.
No mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, teve média de R$ 744,13/saca de 60 kg, aumento de 1,7% em relação à de março e a maior desde abril do ano passado em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de mar/21).
Segundo pesquisadores do Cepea, o avanço nos preços, por sua vez, atraiu vendedores ao mercado nacional, que realizaram alguns negócios. No entanto, as transações no físico ainda foram limitadas em abril, devido ao volume significativo da safra de 2020/2021 já comercializado no Brasil.
Nesta quinta-feira
O mercado futuro do café arábica abriu o pregão desta quinta-feira (6) mantendo as variações de alta para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Por volta das 9h14 (horário de Brasília), julho/2021 tinha alta de 200 pontos, negociado por 151,80 cents/lbp; setembro/2021 elevação de 200 pontos, negociado por 153,75 cents/lbp; dezembro/21 registrava valorização de 180 pontos, valendo 155,95 cents/lbp.
Em Londres, o canéfora (conilon) também abriu com valorização. Julho/2021 tinha alta de US$ 10 por tonelada, negociado por US$ 1547; setembro/2021 registrava alta de US$ 8 por tonelada, negociado por US$ 1567; novembro/2021 tinha alta de US$ 8 por tonelada, negociado por US$ 1584; e janeiro/2022 tinha alta de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1598.
Na última sessão, o mercado de café registrou uma explosão nos preços, com altas acima de 900 pontos para o arábica e ganhos acima de US$ 60 por tonelada para o canéfora. Segundo analistas, uma oferta mais restrita do Brasil, o aumento de consumo e os problemas na Colômbia deram suporte aos preços.
"A Olam prevê um déficit global de café, em 2021/2022, de 8 milhões de sacas, com a oferta de café arábica caindo para um déficit de 11 milhões de sacas, o maior em duas décadas", destacou a última análise do site internacional Barchart.
Segundo o analista Haroldo Bonfá, as previsões climáticas mais recentes seguem preocupando o mercado cafeeiro. As chuvas retornaram nas principais áreas produtoras do País no final de novembro, mas, desde então, as precipitações ficam abaixo do ideal, acentuando o déficit hídrico e levantando preocupações não só para a safra a ser colhida, mas também na produção de 2022.
As informações são do Cepea/ Notícias Agrícolas.