O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontou que os fracos preços do café e as especulações quanto à safra 2019/2020 seguem limitados por conta do ritmo dos negócios que envolvem o grão.
“Apesar do retorno das chuvas em boa parte das regiões produtoras, muitos agentes ainda não descartam impactos negativos sobre a produção, fundamentados no clima quente e seco de janeiro. Nesse cenário, muitos cafeicultores devem aguardar as confirmações quanto a possíveis quebras de safra para, então, comercializar volumes significativos”, comentou o Cepea.
Segundo o levantamento, enquanto que em janeiro cerca de 60 a 80% da safra 2018/2019 de café arábica havia sido vendida, em fevereiro (até o dia 15), o percentual passou a ser de 60 a 85%, ou seja, com pouca evolução no período. Para o café robusta do Espírito Santo, agentes não observaram mudança no volume vendido, que permanece entre 70 e 80% da safra.
“Caso os preços se mantenham nos atuais patamares, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea é de que a liquidez siga baixa, pelo menos até a aproximação da colheita da safra 2019/2020, quando produtores precisarão fazer caixa para realização dos trabalhos de campo”, afirmou o centro da Esalq.
Os preços do café na Bolsa ICE, referência global, estão sendo negociados em torno de 1 dólar por libra-peso, um pouco acima do valor registrado em setembro do ano passado, de cerca de 95 centavos de dólar por libra-peso, quando atingiram os menores patamares em mais de uma década sob pressão de uma safra recorde no Brasil.
As informações são da Agência Reuters, por Roberto Samora.