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Cepea divulga boletim sobre mercados dos cafés arábica e robusta em abril

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 10/05/2018

3 MIN DE LEITURA

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O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou o boletim agromensal sobre os mercados dos cafés arábica e robusta no Brasil referentes a abril de 2018.

Os preços internos do arábica terminaram abril praticamente estáveis, com a média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica a R$ 430,71/saca de 60 kg, leve alta de 0,2% em relação à média de março. Já no comparativo com abril/17, as cotações tiveram queda de 9,7% (valores deflacionados pelo IGP-DI março/2018). Parte dos agentes esteve afastada do mercado em abril, devido à aproximação com a temporada 2018/19, cenário que manteve a liquidez interna baixa.

No mercado externo, os futuros oscilaram, influenciados positivamente por fatores técnicos e, negativamente, pela aproximação da safra 2018/19. Em abril, a média de todos os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foi de 118,95 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,6% em relação a março. O dólar ficou em média a R$ 3,318, avanço de 1,3% na mesma comparação.

Quanto aos poucos negócios desse mês, foram de cafés mais finos, fechados em dias de alta dos futuros e, principalmente, do dólar. Apesar da menor movimentação no mercado físico, agentes consultados pelo Cepea observaram que o aumento do dólar impulsionou negócios futuros da variedade no final do mês, especialmente no Sul e Cerrado Mineiro.

Com a colheita adiantada, o clima mais firme em abril auxiliou na preparação dos trabalhos de campo e na fase final de desenvolvimento das lavouras de arábica. As temperaturas mais altas favoreceram a maturação dos grãos em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em meados de abril, algumas lavouras da região de Garça (SP) e da Zona da Mata (MG) iniciaram a colheita da temporada 2018/19.

No final do mês, os trabalhos de campo também foram iniciados, mesmo que parcialmente, em algumas localidades do Noroeste do Paraná e Sul de Minas. Até o momento, as atividades ainda estão restritas às lavouras mais novas, com maturação acelerada, já que ainda há uma alta incidência de grãos verdes em todas as regiões. Porém, a expectativa é que, com o clima mais firme, mais produtores iniciem os trabalhos no campo – todas as regiões de arábica devem estar em colheita até o final de maio.

Após um primeiro trimestre em queda, os preços internos do robusta reagiram em abril. Com o leve atraso da colheita da safra 2018/19 de robusta no Brasil, indústrias de torrefação nacional, que estavam com estoques mais enxutos, voltaram a comprar lotes do grão no spot.

Já do lado vendedor, com o início da atividade no Espírito Santo programada efetivamente apenas para maio, muitos produtores preferiram aguardar uma valorização mais expressiva para comercializar o café remanescente. Além disso, as cotações também foram influenciadas pelos valores externos e pela valorização do dólar. Assim, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 320,04/saca de 60 kg no mês, avanço de 4,7% em relação a março.

Entretanto, os preços ainda são 22,2% inferiores em comparação a abril/17 (valores reais, deflacionados pelo IGP-DI março/2018). Para o tipo 7/8 bica corrido, a média foi de R$ 311,77/sc, elevação de 4,8% no mesmo comparativo. Em relação a abril/17, registrou queda foi de 23,7%. No mercado externo, as cotações recuaram, devido, principalmente, a fatores técnicos. O contrato Maio/18 do robusta negociado na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) fechou a US$ 1.717/t em 30 de abril, queda de 0,4% em comparação com o dia anterior.

Em meados abril, foi iniciada a colheita do café robusta em Rondônia, segundo maior produtor da variedade no Brasil. Inicialmente, os trabalhos de campo foram prejudicados pelas chuvas no estado, que dificultaram a entrada de trabalhadores nas lavouras e a retirada dos grãos colhidos.

Porém, com o clima mais firme no final do mês, a colheita foi intensificada – na última semana de abril, o volume colhido já chegava aos 20% da produção estimada para a safra 2018/19. Por outro lado, é lenta a chegada de café novo ao mercado, uma vez que, além de uma parte dos grãos ainda estar nos secadores, muitos produtores seguram a mercadoria, no aguardo de maior preço de comercialização do robusta.

Já no Espírito Santo, o clima mais firme a partir de meados de abril auxiliou na maturação dos cafezais. Apesar de alguns produtores terem iniciado a colheita no final do mês, agentes consultados pelo Cepea indicam que ainda é alto o percentual de grãos verdes – os trabalhos no campo devem se intensificar apenas em meados de maio, com um maior volume de café robusta chegando ao mercado a partir do final do mês.

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