Segundo análise do mercado cafeeiro, elaborada pela Equipe Café CEPEA/ESALQ, as próximas semanas serão de finalização para a colheita do café arábica da safra 2019/2020. Com o clima mais firme durante a maior parte das últimas semanas, as atividades no campo seguiram em ritmo acelerado, restando apenas varrições. A expectativa é de que a maioria das atividades seja encerrada já nesta primeira quinzena do mês, restando algumas lavouras mais atrasadas para o final de agosto.
Vale ressaltar que a colheita está mais adiantada em relação à safra passada, quando as atividades foram finalizadas em setembro. Por outro lado, enquanto na temporada anterior houve um elevado percentual de grãos de alta qualidade, 2019/2020 está sendo marcada por grãos mais inferiores. Segundo agentes, a redução foi especialmente no volume produzido de cafés despolpados (cereja) e de qualidade superior (abaixo de 20% de catação, bebida dura a superior), cenário que também tem dificultado a entrega de lotes negociados anteriormente.
Nas regiões acompanhadas pelo Cepea, grande parte dos lotes apresenta aspecto e bebida baixos e elevado percentual de catação, devido às chuvas durante a colheita, que não só atingiram os grãos nos terreiros, como também derrubaram parte dos cafés dos pés. A broca tem sido um grande problema, principalmente na Zona da Mata, com quantidade significativa dos lotes atingida pela praga.
Com os trabalhos de colheita sendo finalizados, agentes do mercado também se atentam às floradas de 2020/2021. Algumas flores pontuais já ocorreram em várias regiões em julho, em decorrência do baixo volume de chuvas daquele mês. Porém, na última semana, precipitações foram observadas em São Paulo e em algumas localidades do Sul de Minas e, com o aumento das temperaturas nessa última semana, novas florações poderiam ocorrer.
Em relação ao canéfora, o clima beneficiou as lavouras do robusta no Espírito Santo. Até o dia 11, foram registrados 82,8 mm na estação de São Mateus, 35,6 mm em Nova Venécia e 24,4 mm em Linhares, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As chuvas, além de auxiliarem na condição das lavouras e no pegamento das flores da safra 2020/2021, já abertas em julho, que já correspondem a cerca de 30% das lavouras capixabas de robusta, devem favorecer a abertura de uma nova e significativa florada no estado.
Quanto a Rondônia, o clima segue mais firme, impossibilitando a abertura de uma boa florada. Segundo agentes, com as maiores temperaturas registradas no estado, as poucas flores que abriram nas lavouras irrigadas foram queimadas.
As informações são da Equipe Café CEPEA/ESALQ e Agência Estado.