Pesquisadores do Cepea apontam que os preços domésticos do café arábica avançaram em novembro, influenciados pela valorização dos futuros da variedade e pela retração vendedora.
A média do Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 565,46/saca de 60 kg, elevação de R$ 28,86 por saca (ou de 5,3%) em relação à de outubro.
Com o aumento nos preços, alguns negócios foram fechados no final de novembro. Grande parte dos vendedores, no entanto, segue afastada do mercado. Isso porque produtores já comercializaram percentual expressivo da atual temporada e, agora, aguardam novas valorizações do café. Agentes também seguem atentos ao desenvolvimento da safra 2021/2022.
Nesta quarta-feira (2), o mercado futuro do café arábica iniciou o pregão com valorização técnica para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). As cotações começam o dia com estabilidade, após a terça-feira (1º) ser pressionada pela previsão de chuvas no Brasil e por uma realização de lucros.
"As informações sobre chuvas mais volumosas em algumas regiões produtoras de café no Brasil, e que elas devem se acentuar na segunda semana de dezembro, levaram especuladores a um movimento de realização de lucro", destacou o analista de mercado Eduardo Carvalhaes.
Por volta das 7h28 (horário de Brasília), março/2021 tinha valorização de 65 pontos, valendo 119,10 cents/lbp; maio/2021 registrava alta de 70 pontos, negociado por 121,10 cents/lbp; julho/2021 tinha alta de 70 pontos, valendo 122,75 cents/lbp; e setembro/2021 registrava valorização de 65 pontos, valendo 124,10 cents/lbp.
As previsões mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) seguem indicando chuvas para o Sul de Minas nos próximos dias. De acordo com o modelo Cosmo, os acumulados nas próximas 24 horas podem chegar a 60 mm em algumas áreas da região. Além de Minas, o Inmet prevê ainda condição de chuvas para Alta Mogiana (SP) e áreas do Espírito Santo.
É importante ressaltar que o retorno das chuvas não recupera os danos nas lavouras brasileiras. Especialistas afirmam que as perdas para a safra 2021/2022 já existem, apesar de ainda não ser possível quantificar o tamanho do impacto para a próxima produção, que naturalmente já é de ciclo baixo para o Brasil. "A maior parte dos produtores continua fora do mercado, aguardando os desdobramentos que teremos com as incertezas climáticas no Brasil e na América Latina", complementa o especialista.
Na Bolsa de Londres, o café canéfora (conilon) também abriu com variações técnicas, porém com baixas para os principais contratos. Janeiro/2021 tinha queda de US$ 9 por tonelada, valendo US$ 1374; março/2021 registrava baixa de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1381; maio/2021 tinha desvalorização de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1393; e julho/2021 também operava com queda de US$ 7 por tonelada, valendo US$ 1409.
Mercado interno
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 4,71% em Guaxupé (MG), valendo R$ 607. Poços de Caldas (MG) e Patrocínio (MG) registraram queda de 3,23%, estabelecendo os preços por R$ 600. Varginha (MG) teve queda de 4,62%, valendo R$ 620. Franca (SP) encerrou com baixa de 4,69%, negociado por R$ 610.
O tipo cereja descascado teve queda de 4,41% em Guaxupé (MG), valendo R$ 650. Poços de Caldas (MG) teve queda de 3,65%, negociado por R$ 660. Patrocínio (MG) registrou desvalorização de 2,99%, valendo R$ 650. Varginha (MG) registrou queda de 2,86%, valendo R$ 680.
As informações são do Cepea e Notícias Agrícolas.