Nelson Carvalhaes, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Cecafé, acredita que o Brasil apostou em pesquisa e produtividade ao longo dos anos o que pode acarretar em um cenário mais favorável ao País.
Em relação aos preços da commodity que estão desvalorizados ao longo dos meses, Carvalhaes, acredita que o fato dos custos de produção domésticos não estarem diretamente atrelados ao dólar, como ocorre em outros países, pode favorecer o Brasil. Já que nos últimos cinco anos o País exportou para mais de 150 países e hoje detém 40% do mercado mundial de consumo.
"O Brasil tem uma situação diferente da maioria dos demais produtores, pois investe há muitos anos em pesquisa e tem uma produtividade média acima de 30 sacas de café por hectare. É diferente da Colômbia, de Honduras, de El Salvador...", comparou com países que têm relação de cerca de apenas 10 sacas por hectare. A disponibilidade mensal de produto doméstico, portanto, é de mais de 5 milhões de sacas, de acordo com ele, muito superior aos demais players.
Para o presidente do Cecafé além da maior eficiência em produção e dos bons números de exportação, o aumento do consumo interno tem sido uma boa resposta aos investimentos feitos, com uma demanda de 6 quilos per capita por ano.
O preço do café na Bolsa de Nova York tem sido negociado nos últimos meses na casa de 89 centavos de dólar por libra-peso, atingindo os menores níveis desde setembro de 2005, quando chegou a 88,15 centavos de dólar. O índice divulgado pela Organização Internacional do Café (OIC) também registrou quedas sucessivas na última década. Em agosto, o preço médio da commodity recuou 6,7% na comparação com julho, para 96,07 centavos de dólar por libra-peso.
Por causa do cenário adverso dos preços, foi lançada no dia 24/9 a "Declaração de Londres", uma ação inédita por parte de grandes compradores do produto que buscam uma solução para a forte depreciação da commodity. O documento foi apresentado aos membros da OIC. Carvalhaes está em Londres por conta desta reunião.
"Estamos em um momento em que os preços não estão bons, mas são suportáveis pela produção brasileira. O mundo gerou excesso de oferta nos últimos anos e agora isso está sendo absorvido", explicou, lembrando que a safra atual é baixa e a perspectiva é a de que no ano que vem não seja tão forte.
As informações são da Agência Estado