O jornal afirma que há apenas 50 kg de café disponíveis para compra, o que faz com que o preço do quilo alcance R$ 2.200 reais.
Há quatro anos, quando a bebida foi apresentada ao mundo durante uma feira internacional, o sabor excêntrico do Mármore Negro chamou a atenção dos cafeólogos e baristas mais renomados, o que o fez obter o maior preço já registrado na história do café bebida, algo perto de R$ 25 por xícara de 80ml.
Para quem ainda se pergunta o porquê da supervalorização, a principal explicação está na quantidade disponível para a venda direta, apenas 50 kg, o que faz com que o preço do produto alcance a ´bagatela´ de R$ 2.200 reais por quilo, em valores cotados no início de dezembro.
Enzimas do elefante
Outra razão de ser uma das mais caras do mundo está no processo produtivo e de torrefação, ambas artesanais: a bebida é feita com os grãos ´refinados naturalmente´, colhidos das fezes de elefantes tailandeses.
Segundo a National Coffee Association, que reúne as maiores autoridades no cultivo do fruto nos Estados Unidos, as enzimas do elefante conseguem quebrar a proteína do grão, deixando a bebida resultante dele menos amarga e atraente ao paladar.
Similar brasileiro
Para quem achou tudo isso meio longe da realidade local é bom saber que o Brasil também produz um grão que está entre os mais caros e apreciados no mundo e cujo processo artesanal também se assemelha ao do Mármore Negro.
A diferença é que, no caso brasileiro, os produtores utilizam as fezes de um pássaro, o jacu, um pássaro abundante nas regiões com Mata Atlântica, que se alimenta dos frutos do cafeeiro.
E é a partir de suas fezes que a fazenda Camocim Organics criou o Jacu Bird Coffee, produto exportado para vários países do mundo.
Segundo o engenheiro agrônomo e cafeicultor, Henrique Sloper Araújo (novo presidente da BSCA - Associação Brasileira de Cafés Especiais, confira aqui mais informações), o pássaro come o fruto maduro no pé de café e, enquanto faz a sua própria colheita, evacua ali mesmo.
Henrique explica que a próxima fase do trabalho é recolher as fezes e secá-las ao sol. Depois, manualmente, os grãos de café que o jacu expele inteiros e envoltos por uma casca são separados manualmente.
"Este produto é uma raridade, por isso é muito apreciado pela sua qualidade. O jacu só determinados grãos que precisam estar maduros. Café bom é café colhido na hora certa e ninguém melhor que um pássaro para decidir a melhor hora", disse.
Desagradável? Nem tanto, é só entender o processo de fabricação para ser aguçado pela curiosidade. Com um cheiro e sabor inconfundível, o café
Segundo Sloper, o cultivo do café segue um rígido sistema de qualidade, eficiência e autossustentabilidade, ou seja, as plantas ficam imersas em meio à mata nativa.
"Aqui, a gente não controla o que o jacu vai comer. É ele quem decide o ´blend´ do café. A produção é orgânica e biodinâmica, por isso o resultado é uma bebida de baixa acidez, doce, com aroma de chocolate e fruta, muito bem aceita no exterior", explica.
O Jacu Bird Coffee pode ser comprado em grão, pó ou sachê. Uma embalagem de 250g pode custar a ´bagatela´ de até R$ 130.
As informações são do Tempo Online, Uol e G1, adaptadas pelo CaféPoint.