Os cafés produzido por via úmida pela Ipanema Agrícola, na Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Verde (MG); por via seca pelo grupo Fazenda Sertãozinho, na Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama (SP); e experimental, também produzido pela Ipanema, na Fazenda Rio Verde, são os campeões do Cup of Excellence Brazil 2023, concurso de qualidade realizado no país pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Dentre as mais de 600 amostras inscritas na competição, também foram eleitos vencedores outros 27 cafés (confira a lista aqui) que representam do segundo ao décimo colocados em cada uma das categorias: via seca (colhido e seco com casca), via úmida’(cereja descascado, despolpado ou desmucilado) e experimental (que passou por algum processo de fermentação induzida).
Entre os vencedores, seis lotes tiveram pontuação superior a 90 pontos e foram considerados cafés presidenciais. Além dos campeões, completam esse seleto grupo os frutos produzidos por Horácio Antônio de Mura, no Sítio Três Barras, em Simonésia (MG); por Geraldo Alves de Souza, no Sítio São Geraldo, em Inconfidentes (MG); e por Ronaldo da Silva, no Sítio Santa Luzia, em Cristina (MG). Todos eles serão comercializados em disputado leilão internacional, via internet, ao preço de abertura de US$ 6,50 por libra-peso cada lote, o que equivale a mais de *R$ 4.300 por saca de 60 kg.
A competição também teve seis cafés eleitos "vencedores nacionais", que são os lotes que foram para a fase internacional, mas que ficaram abaixo dos 30 primeiros colocados. Esses lotes também ficarão disponíveis para compra em plataforma on-line, pela cotação inicial de US$ 5,00 por libra-peso, valor pouco acima de *R$ 3.300 por saca.
"O COE deste ano foi inovador, com a inédita inclusão da categoria experimental, que apresentou ao mundo esses diamantes produzidos por nossos cafeicultores e que foram lapidados pelos juízes internacionais, a quem a BSCA agradece a dedicação e por toparem esse desafio de conhecerem e serem embaixadores mundiais de novos cafés brasileiros e suas nuances, além de concordarem em fazer mais sessões de calibragem e degustação", destaca Vinicius Estrela, diretor executivo da BSCA.
Ele enaltece, ainda, a elevada qualidade e a singularidade que os cafés do Brasil vêm oferecendo aos consumidores mundiais, tendo como mola propulsora as ações promocionais da BSCA e de outras entidades do setor, bem como o Cup of Excellence.
"O Brasil tem perfis sensoriais e aromas que nós e o mercado consumidor nunca imaginaríamos que seriam alcançados. A régua dos cafés especiais brasileiros subiu muito e, embarcado nisso, vêm a história do produtor, o respeito ao meio ambiente, a conexão com as comunidades, o respeito ao trabalho. O café especial brasileiro, além de trazer perfis nunca imaginados, carrega com ele toda essa questão de sustentabilidade devido aos nossos produtores, que dedicam muito respeito, muita paixão e muito amor na produção", comenta Estrela.
Desde a sua idealização, em 1999, até hoje, o Cup of Excellence sempre teve seu norte direcionado aos cafeicultores, suas trajetórias e a forma sustentável que cultivam seus cafés de qualidade, sendo uma ferramenta que possibilita que o mundo conheça suas histórias e reconheça a qualidade, a diversidade e a sustentabilidade de seus produtos.
“Como vitrine internacional, o concurso traz os principais provadores e compradores mundiais para conhecerem essa realidade e gera intercâmbio entre eles, ajudando os produtores a entender o que cada mercado valoriza e qual deve ser seu foco para qualificar sua produção. Com nossa heterogeneidade geográfica e topográfica, cultivamos os mais diferentes tipos de café, o que nos capacita como fornecedor global que produz toda a diversidade de aromas existente e como o principal provedor de cafés especiais do planeta”, conclui o diretor executivo da BSCA.
A Fazenda Rio Verde, vencedora das categorias via úmida e experimental, foi fundada em 1887 e é a mais antiga das propriedades da Ipanema. Localizada no coração da Serra da Mantiqueira, ela possui 1.500 hectares e os cafés são cultivados em altitudes de até 1.300 metros acima do nível do mar. As altitudes elevadas, aliadas à topografia montanhosa, criam um microclima próprio, com temperaturas amenas e precipitações médias de 1.600 mm anuais, ideal para o cultivo das variedades bourbon amarelo, acaiá, catuaí amarelo, topázio amarelo, mundo novo, icatu amarelo e catucaí. A diversidade do ambiente e as muitas variedades de café produzem numerosos terroirs, com todos os tipos de sabores e nuances, resultando em perfis de café mais complexos.
Já o conglomerado Fazenda Sertãozinho é reconhecido pela tradição de mais de 67 anos em lavouras de café. Suas propriedades, localizadas em área montanhosa do sul de Minas Gerais e de São Paulo, são certificadas pelo Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001:2008 e pelo sistema de gestão socioambiental UTZ, que abrange práticas agrícolas adequadas à produção de café e ao bem-estar dos trabalhadores, incluindo acesso a saúde e educação.
Uma das propriedades, a Fazenda Rainha, vencedora da categoria natural, possui a maior lavoura da variedade bourbon amarelo no Brasil e os seus cafés, cultivados em altitudes superiores a 1.500 metros de altitude, são famosos por sua doçura e suavidade. As condições geográficas e o excelente clima do local tornam a propriedade singular para a produção de frutos especiais, onde são assegurados produção responsável e agricultura sustentável, com monitoramento e gerência de processos e negócios de forma eficiente e efetiva, instrução e treinamento dos funcionários e rastreabilidade do café na fazenda.
*Dólar comercial cotado a R$ 5,013, conforme fechamento de 27 de outubro de 2023.
Sobre o Cup of Excellence
Criado no Brasil, em 1999, o Cup of Excellence é o principal concurso de qualidade para cafés especiais do mundo e integra as ações do projeto setorial "Brazil. The Coffee Nation", desenvolvido em parceria por BSCA e ApexBrasil. Atualmente, por meio de cooperação entre a Associação e a ACE, a competição é realizada em diversos países, ampliando a procura pelos melhores grãos colhidos em cada safra para que sejam comercializados através de leilão internacional. Os preços alcançados nesses pregões vão muito além do mercado convencional. Em 2018, por exemplo, o campeão da competição brasileira alcançou o maior valor pago por uma saca de café no país: R$ 73 mil.