Os cafeicultores do Vietnã, segundo maior produtor de café do mundo, podem reduzir sua pegada de carbono cultivando diferentes espécies de plantas ao lado do café. Estas são as conclusões do novo relatório Source or sink? The carbon footprint of Vietnam robusta coffee, do programa Initiative for Sustainable Landscapes da IDH - The Sustainable Trade Initiative, baseada no trabalho dos comerciantes de café JDE Coffee, Lavazza, Olam e Acom.
Juntamente com a melhoria do uso de fertilizantes e água, essa diversificação poderia reduzir significativamente o impacto da produção de café nas mudanças climáticas. Os agricultores também podem ampliar o leque de fontes de renda disponíveis para eles, aumentando sua resiliência climática. Os resultados vêm em meio a relatos de que secas severas no Vietnã poderiam reduzir consideravelmente a produção de café deste ano.
“A mudança climática é uma ameaça que exige repensar urgentemente os sistemas agrícolas nos quais o café é produzido. Esta pesquisa traz esperança de que comunidades e cafeicultores possam ser mais resilientes ao clima, e nosso café mais sustentável. Juntamente com o uso mais eficiente de fertilizantes e água, a diversificação pode estar na vanguarda dos esforços para tornar a produção de carbono positiva”, afirmou Daan Wensing, diretor de Cenários Globais da IDH.
A produção de café tem um enorme benefício econômico para a região da Central Highlands do Vietnã, onde são produzidos 95% do café. Ao mesmo tempo, é uma fonte de emissões de carbono através do uso significativo de fertilizantes, água e energia.
O relatório constatou que as fazendas de café monocultivo são fontes líquidas de carbono, liberando 0,37 toneladas métricas de CO2 da atmosfera por ano por tonelada métrica de café produzido.
Por outro lado, fazendas de café diversificadas são sumidouros de carbono, removendo 0,16 toneladas de CO2 da atmosfera por ano por tonelada de café produzido. Cultivar pimenta, durian, abacate e outras culturas junto com o café cria mais biomassa, sequestrando mais CO2 do que é gerado pela produção.
Do pequeno número de fazendas de monoculturas que sequestraram o CO2, o uso mais eficiente de fertilizantes (o principal fator de emissão de carbono na cafeicultura) foi o motivo. A pesquisa durou dois anos e analisou a pegada de carbono da produção de café robusta em 300 fazendas nas províncias do Planalto Central de Lam Dong e Dak Lak.
O IDH trabalha com governos locais e nacionais, empresas privadas e pequenos agricultores para apoiar os produtores de café na região de Central Highlands na redução de sua pegada de carbono, maximizar o uso de água e fertilizantes e se adaptar às mudanças climáticas.
Daan Wensing concluiu: “A diversificação é um conceito crescente no Vietnã. À medida que mais agricultores adotam esse e outros métodos agroflorestais, o número de fazendas que servem como sumidouros de carbono crescerá, tornando-se fatores cruciais tanto para a mitigação climática quanto para a resiliência.”
As informações são do Agdaily.com / Tradução Juliana Santin