Uma jovem brasileira é a finalista do Prêmio a la Innovacíon Juvenil Rural de América Latina y el Caribe na categoria geração de renda. Bruna Carolina da Silva é filha dos agricultores Sônia e Célio Silva e, com a ajuda deles e da irmã, Maria Betânia Silva, tem investido na produção e comercialização de café de qualidade, o “Café Especial da Bruna”.
A produção é na Comunidade do Baú, em Fervedouro, região das Matas de Minas, onde é feita de maneira artesanal com mão de obra familiar. Ela informou ao Senar Minas que se orgulha de direcionar a produção da família para uma maneira cada vez mais sustentável no seu sistema de produção em termos ambientais, econômicos e sociais, além de muita qualidade.
O prêmio é uma iniciativa do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e tem como objetivo identificar, recompensar e disseminar iniciativas inovadoras e sustentáveis realizadas por jovens com idade entre 18 e 35 anos de países da América Latina e do Caribe.
A divulgação dos vencedores acontecerá este mês em um evento online. No total serão premiadas 10 iniciativas. Os jovens ganhadores terão a oportunidade de participar presencialmente de um programa de imersão, receberão treinamento e mentorias on-line e participarão de viagens de intercâmbio e ampliação para acelerar suas iniciativas.
Em relação à produção, Bruna relata que a construção do primeiro terreno suspenso na propriedade aconteceu em abril de 2019, com o apoio da Emater. Ali ela começou a colheita seletiva do seu primeiro café especial. “Todo esse café foi catado por mim com ajuda da minha mãe e da minha irmã. Selecionei só os cafés tipo exportação, peneira 16 acima, deixando apenas grãos uniformes e sem defeitos. Depois ele foi torrado, moído e embalado em sacolas com uma válvula para manter a qualidade e sabor do café vendido ao consumidor final. Tudo artesanal do grão à xícara”, detalha.
O “Café Especial da Bruna” ficou em segundo lugar no Concurso de Qualidade do Café realizado pela Prefeitura de Fervedouro e pela Emater em 2019, com 82,25 pontos pela escala BSCA de classificação. “O processo é trabalhoso, mas compensa ver o café de qualidade chegando até as pessoas e a realidade da roça mudando aos poucos”, explica a produtora.
Bruna conta que os desafios de mudar o modo de produção na propriedade foram muitos e a capacitação oferecida pelo Sistema Faemg/Senar/Inaes com o curso de Sustentabilidade na Produção do Café, realizado pela plataforma de Educação a Distância, foi essencial para dar o pontapé inicial.
Para a jovem, o foco na qualidade do café vai continuar com a participação nos cursos de Classificação e Degustação e Torra, que serão promovidos pelo Senar este mês. Bruna também reforça que a produção de café especial é uma oportunidade de valorização do trabalho, aumento dos lucros e um incentivo para a permanência no campo: “Quero continuar aqui na roça, fazer mais com o que temos buscando aperfeiçoamento. O café é a maior renda da minha família e o café de qualidade amplia nosso potencial e me anima a seguir a tradição familiar”.
O reconhecimento do seu produto foi o estímulo para se inscrever e concorrer ao prêmio internacional. “Eu acredito no café, no seu potencial de mudança de vida dos trabalhadores. Espero que outros jovens acreditem, sejam transparentes e honestos em seus trabalhos e alcancem os seus objetivos”, finaliza Bruna.
As informações são da Assessoria de Imprensa Senar Minas – Regional Viçosa (por Lílian Moura).