De acordo com o Conselho Salvadorenho do Café (CSC), este ano, o café de El Salvador foi vendido pelo melhor preço das últimas três décadas, acima de US$ 220 por quintal.
O preço médio de um quintal de café é de US$ 229,06 para o ciclo 2021/2022, que acaba de terminar seu corte. Se comparado ao valor registrado na safra anterior, a de 2020/2021, o café salvadorenho valorizou US$ 53,93, 30,7% a mais em relação aos US$ 175,13 pagos em média no ano cafeeiro passado.
Esse preço também é o mais alto registrado pelo CSC desde a safra 1989/1990, há 32 anos. Nesse período, somente em 2011 e 2012 o quintal conseguiu superar a barreira dos US$ 200, vendendo em média US$ 202,52 e US$ 225,86, respectivamente.
Após passar quatro anos com preços baixos, o preço internacional do café começou a subir em 2020, impulsionado tanto por entraves na cadeia logística, quanto pelo aumento de insumos e uma distorção na demanda.
Volume cai, mas valor cresce
O CSC informa que, no ciclo 2021/2022, foram exportados 469.718 quintais de café, o equivalente a uma receita de US$ 107,5 milhões, números de outubro de 2021 a junho de 2022.
Comparado ao mesmo período da safra 2020/2021, as exportações de café caíram 21.064 quintais, 4,3% a menos em relação aos 490.782 enviados ao mercado internacional no ano passado. Apesar da queda no volume, o valor monetário pago pelas exportações aumentou US$ 24,8 milhões e é 30% superior aos US$ 82,7 milhões registrados no mesmo período da safra anterior.
A Organização Internacional do Café (OIC) explica que o aumento do preço do café, além dos problemas logísticos, continua em alta devido ao déficit de oferta, já que a produção mundial deverá ser inferior ao consumo global.
A última estimativa provisória indica que a produção mundial para o ano cafeeiro 2021/2022 é de 167,2 milhões de sacas (cerca de 100,3 milhões de quintais), enquanto a demanda será de 170,3 milhões de sacas (102,1 milhões de quintais).
Quem compra o café salvadorenho?
Cafeicultores salvadorenhos: Exportaram 51,4% da produção do ciclo 2021/2022, que em junho passado atingiu 912.540 quintais.
Estados Unidos: Foi o principal comprador, com 45,7% de participação nesta safra. O CSC informa que foram embarcados 214.774 quintais no valor de US$ 45,9 milhões, ou seja, a um preço médio de US$ 213,7 por quintal.
Alemanha: Representou 10,8% das exportações a um preço médio de US$ 239,1 por quintal, enquanto que o Japão comprou 8,6% a uma média de US$ 230 e a Bélgica adquiriu 8,7% a cerca de US$ 237,3 por quintal.
As informações são do Estratégia y Negócios / Tradução Juliana Santin