Nos últimos anos, o café salvadorenho ganhou espaço em mercados especializados e está entre as bebidas favoritas dos consumidores da Europa e da Ásia, mercados formados por pessoas dispostas a pagar preços altos por uma xícara de qualidade.
Na semana passada, foi finalizada a 15° edição do Cup of Excellence, o mais importante evento do setor cafeeiro dos países produtores e importadores, que dirige a Alliance for Coffee Excellence (ACE). Na última fase do concurso, uma equipe de juízes internacionais avaliou as amostras de café e escolheu as três melhores.
Na última quinta-feira, uma delegação da equipe de juízes internacionais participou de um fórum chamado "Tendências do mercado, demanda por qualidade e consumo", organizado pelo Conselho Cafeeiro Salvadorenho (CSC). Os palestrantes incluíram especialistas e profissionais de marketing dos Estados Unidos, China (Taiwan), Japão, Coreia do Sul, Rússia, Alemanha e Austrália.
Katalina Shkola, especialista da Rússia, comentou que os primeiros cafés que entraram neste país vieram da Alemanha e do Brasil. Ela ainda acrescentou que nos últimos anos mais variedades e sabores foram incorporados, incluindo o café salvadorenho.
Shkola faz parte de uma rede de cafeterias e disse que a maioria dos seus clientes prefere café natural de El Salvador, pois são mais inclinados a um produto tradicional com nutrientes. No entanto, disse ela, o mercado russo ainda é jovem no consumo de cafés especiais, já que cerca de 70% dos consumidores preparam a bebida em suas casas e 75% deles compram instantâneos.
De sua parte, Jamie Djambazov, do Campus Caffee, da Austrália, disse que, ao contrário da Rússia, o consumidor australiano prefere comprar a bebida preparada. A maior parte do café que vendem é importada da América Central, incluindo El Salvador.
Falta melhorar a qualidade
Embora os juízes estivessem satisfeitos com a qualidade das amostras avaliadas no Cup of Excellence, vários asseguraram que o café salvadorenho ainda precisa melhorar sua qualidade e dar mais ênfase ao seu processo de cultivo.
Min Seon Kim, representante da Coreia do Sul, comentou que há dois anos eles pararam de comprar café de El Salvador: "Quando o pegamos, vemos que não é um processo tão limpo". Ele acrescentou que se deve aumentar a produção para exportação, pois o bom café salvadorenho, segundo ele, é muito pouco e acaba rapidamente.
A essa impressão se somou Tim Taylor, especialista dos Estados Unidos, que recomendou aos produtores que mantivessem a mesma excelência das amostras avaliadas nos processos de colheita e produção.
As informações são do El Mundo / Tradução Juliana Santin