Dados publicados pela ICE Futures US apontam que o Brasil se tornou a maior origem dos estoques de café arábica no início de março. Na última terça-feira (30), havia 871.604 sacas de café brasileiro, contra 772.166 sacas de Honduras.
Até setembro do ano passado, havia apenas 650 sacas de café brasileiro nos armazéns da ICE e, embora os traders vejam uma pausa nos influxos para o resto deste ano, eles próprios acreditam que a tendência seja retomada no próximo ano.
O Brasil tem um ciclo de safra bienal e 2022/2023 é o ano de alta, o que significa que o País deve produzir um excedente. "Se o tempo estiver bom [para o] próximo ciclo, teremos uma quantidade semelhante de estoques [brasileiros] na ICE. É um pouco preocupante para preços mais altos", afirmou o trader de uma empresa com sede na Suíça.
Os futuros da ICE geralmente caem quando o volume de estoques que os sustentam aumentam. O Brasil tem sido capaz de fornecer grandes volumes de café de baixo custo para o mercado global como resultado da colheita mecanizada, mas até o final do ano passado, o grão brasileiro quase nunca tinha preços interessantes para entregas mais volumosas no ICE.
Isso mudou e a capacidade crescente do Brasil de aumentar a produção, mesmo de arábicas semi-lavados premium, muda o envio de excedentes para a certificação na ICE. Também colaborou uma safra de excelente qualidade em 2020, além do câmbio.
A Bolsa alterou suas regras em 2013 para permitir que os arábicas semi-lavados fossem certificados em relação ao seu contrato de arábicas lavados, sujeitos a certos controles de qualidade. "Não se engane, o café brasileiro [na Bolsa ICE] veio para ficar", disse outro trader suíço.
As informações são da Reuters.