A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), realizou, entre 20 e 24 de janeiro, o BSCA Micro-Region Showcase – Ilicínea. O programa tem o objetivo de valorizar nanolotes de cafés especiais de colheita tardia e agregar valor para a cadeia produtiva ao aproximar produtores de compradores internacionais.
Com suporte da associada Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), entidade que foi anfitriã do evento, 19 jovens e expoentes torrefadores internacionais vindos de países como Estados Unidos, França, China, Suécia, Taiwan, Sérvia, Canadá, Rússia, Japão e Austrália, muitos dos quais não conheciam o café brasileiro, visitaram propriedades no Sul de Minas e estiveram em contato direto com 20 produtores, que tiveram suas amostras selecionadas nas etapas anteriores do programa e foram compradas em leilão presencial.
Segundo Elliot John Reinecke, da torrefadora Steady Staet dos EUA, foi “maravilhoso” provar e poder comprar bons cafés brasileiros. “Conhecer o produtor fez o evento muito especial. Agora estamos estabelecendo vários relacionamentos com cafeicultores do Brasil e continuaremos comprando nos próximos anos”, aponta.
Essa opinião também é compartilhada por Braydon Douglas Booher, da empresa norte-americana Deeper Roots. “Foi legal ver como as fazendas chamaram a atenção de todos os torrefadores. O leilão foi muito tranquilo e foi excelente conhecer os produtores. Descobrimos muitos personagens”, finaliza.
O empresário sueco Cenk Öner Kulbay, da Stockholm Roast, celebrou sua vinda e o fato de conhecer o cultivo de cafés em altitude elevada no Brasil. “Foi interessante ver fazendas de grande altitude, conhecer pequenas e grandes propriedades nesta minha primeira vez na região. Os processos técnicos e os cafés são muito interessantes e gostei do sistema de leilão”, declara.
Para Vanusia Nogueira, diretora da BSCA, trazer jovens e notáveis torrefadores para conhecer o sistema produtivo cafeeiro no Brasil contribui para o crescimento dos cafés especiais nacionais, alavancando o mercado através de novos players e auxiliando a própria evolução desses jovens empreendedores em suas localidades.
Ao provarem cafés especiais de diversas origens brasileiras, adquiriram 20 nanolotes de “cafés butique”, de colheita tardia, por valores que chegaram a US$ 30 por libra-peso, o que equivale a mais de R$ 16.500 por uma saca de 60 kg.
“Atingimos nossa meta de vender uma história, uma região, um produto e os produtores. Nossos cafeicultores entregaram cafés excepcionais e foram estimulados pelos compradores a continuarem nesse caminho de excelência. O projeto abriu novas portas, estreitou relacionamentos e possibilitou a venda desses ‘cafés butique’ para que esses torrefadores testem seus mercados com grãos brasileiros de finíssima qualidade”, destaca.
Entre as atividades, ocorreu o simpósio “Micro-Region Showcase”, que contou com palestras de Bruno Ribeiro, sobre práticas de pós-colheita; Lucas Lousada, ministrando sobre estudos de fermentação na pós-colheita; e Guy Carvalho, que falou a respeito da competitividade e sustentabilidade na produção de cafés especiais.
As informações são da BSCA.