Boletim Carvalhaes: Estoques de passagem da safra brasileira de café 2022 são muito baixos

Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 90 - n° 27
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Santos, sexta-feira, 07 de julho de 2023

Os contratos de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, e na ICE Europe, em Londres, oscilaram bastante no decorrer da semana, mas encerram esta sexta-feira com balanço positivo.

No Brasil, a semana foi dominada pelas negociações políticas para a aprovação da reforma tributária, assunto debatido há décadas. Ontem, em uma sessão que durou mais de 15 horas, a Câmara dos Deputados aprovou, por ampla maioria, em dois turnos, o texto-base da reforma tributária. A votação ocorreu após ajustes e muitas negociações de última hora. Agora, o texto aprovado seguirá para o Senado, onde será novamente debatido e, possivelmente, modificado. Os jornais informam que mudanças no texto beneficiaram o agro, a saúde e a educação (fonte: jornais Valor Econômico e O Estado de São Paulo). Não é possível, neste momento, saber como essa reforma afetará a produção e os negócios de café no Brasil.

Os operadores de mercado e as grandes torrefações internacionais continuam apostando que a nova safra brasileira de 2023 resolverá sozinha os problemas de abastecimento das indústrias de café ao redor do mundo.

Em Nova Iorque, os contratos de café trabalharam, hoje, em alta moderada. Os para setembro próximo bateram em US$ 1,6240 na máxima do dia e encerraram o pregão em alta de 45 pontos, a US$ 1,6090 por libra peso. Ontem subiram 155 pontos. Anteontem fecharam em queda de 160 pontos. Na terça-feira, 4 de julho, feriado nacional nos EUA, não houve pregão. Na segunda-feira, esses contratos para setembro fecharam com ganhos de 150 pontos. No balanço da semana subiram 190 pontos. Na sexta-feira passada fecharam valendo US$ 1,5900 por libra peso. No balanço da semana passada caíram 580 pontos. No acumulado da semana anterior à passada, perderam 1.590 pontos.

Na ICE Europe, em Londres, os contratos para setembro próximo fecharam, hoje, em alta de 111 dólares, a US$ 2 621 dólares por tonelada. Ontem, caíram 2 dólares e, anteontem, encerraram o dia com perdas de 15 dólares. Na terça-feira, caíram 11 dólares e, na segunda, encerraram o dia em alta de 47 dólares. No balanço da semana, subiram 137 dólares por tonelada. Na semana passada, perderam 185 dólares por tonelada.

Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US caíram, hoje, 565 sacas. Estão em 545.050 sacas. Há um ano, eram de 805.077 sacas, quando já eram considerados muito baixos e preocupantes. Caíram, neste período, 260.027 sacas. Nesta semana, acumularam alta de 135 sacas. Na semana passada, a queda acumulada foi de 1.735 sacas. No último mês de junho, a queda desses estoques somou 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas. Chegam informações ao mercado de que o ritmo de queda diminuiu em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, desmerecidos, de algumas safras atrás, recertificados e depositados na Europa.

As negociações para a aprovação da reforma tributária mexeram bastante com o mercado cambial esta semana. Hoje, o dólar fechou em queda de 1,30%, a R$ 4,8660. Ontem subiu 1,65%, encerrando o dia a R$ 4,9300. Anteontem subiu 0,19%. Na terça-feira apresentou alta de 0,67% e, na segunda, encerrou o dia com ganhos de 0,42%, a R$ 4,8090. Na sexta-feira passada, terminou o dia em baixa de 1,20%, a R$ 4,7890.

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, na ICE em Nova Iorque, encerraram o dia a R$ 1.035,67. Ontem fecharam valendo R$ 1.046,36. Na sexta-feira passada, fecharam a R$ 1.007,25. Terminaram a sexta-feira anterior valendo R$ 1.041,91.

O mercado físico brasileiro apresentou-se calmo por toda a semana. Os compradores subiram e desceram as bases de preços diárias acompanhando o sobe e desce das cotações em Nova Iorque e do dólar frente ao real. O mercado físico brasileiro conviveu com mais uma semana difícil, mas o número de negócios aumentou. Os negócios fechados são sempre de produtores que precisam fazer caixa rapidamente para enfrentar as despesas de colheita. O volume continua pequeno para esta época de início de safra. Repetimos que os lotes de café da safra 2022, ainda em mãos de produtores, é baixo. Os estoques de passagem da safra brasileira 2022 são, com certeza, os menores em muitas dezenas de anos.

Até dia 4, os embarques de junho estavam em 1.969.036 sacas de café arábica, 215.418 sacas de café conilon, mais 294.122 sacas de café solúvel, totalizando 2.478.576 sacas embarcadas, contra 2.231.109 sacas no mesmo dia de maio. Até o mesmo dia 4, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 2.651.537 sacas, contra 2.600.926 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Até dia 7, os embarques de julho estavam em 311.800 sacas de café arábica, 21.599 sacas de café conilon, mais 22.934 sacas de café solúvel, totalizando 356.333 sacas embarcadas, contra 171.310 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 460.491 sacas, contra 303.290 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 30, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 7, subiu, nos contratos para entrega em julho próximo, 190 pontos ou US$ 2,51 (R$ 12,23) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam, no dia 30, a R$ 1.007,25 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 7, a R$ 1.035,67. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 45 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:

R$ 900/980,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 860/900,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 820/850,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 780/800,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 780/800,00 - RIADOS.
R$ 780/800,00 - RIO.
R$ 770/800,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 770/800,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.

DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,8660 PARA COMPRA