Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 85 - n° 13
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Santos, sexta-feira, 30 de março de 2018
Esta semana, mais curta no Brasil devido ao feriado de amanhã, “sexta-feira santa”, apresentou-se calma no mercado de café. Nestes cinco dias úteis, a ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilou entre pequenas baixas e altas, acumulando, no período, um ganho de 95 pontos.
O mercado físico brasileiro manteve-se calmo com volume pequeno de vendas por parte de produtores. Os compradores, olhando para nossa próxima safra de café, fazem ofertas em bases consideradas baixas pelos cafeicultores para um período de entressafra e estoques baixos. Já demos nossa opinião em boletins anteriores:
O Brasil, maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor do mundo, está pela primeira vez sem estoques governamentais de café. Zeraram em 2017 depois de serem usados para complementar as necessidades de nosso consumo interno e exportação nos últimos anos. Nossa safra atual, 2017/2018, além de ter sofrido com seguidos anos de seca, é de ciclo baixo e deverá praticamente esgotar até o final de junho, quando terminará este ano safra no Brasil.
A próxima safra 2018/2019, de ciclo alto, será recorde, mas terá de atender sozinha nossas exportações, que deverão ficar entre 33 e 35 milhões de sacas, e nosso consumo interno, que continua crescendo. Ainda ontem, em palestra na Sociedade Rural Brasileira, o diretor executivo da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café, Nathan Herszkowicz, informou que, segundo pesquisa da Euromonitor, depois de subir 3,3% e alcançar quase 22,3 milhões de sacas em 2017, a demanda interna de café deve crescer mais 3,4% este ano, para um total de 23 milhões de sacas.
Portanto, sem estoques remanescentes no final de junho próximo, no novo ano safra que se inicia em julho precisaremos entre 56 e 58 milhões de sacas da nova safra para atender nossas necessidades de exportação e consumo interno. Em 2019 teremos uma safra de ciclo baixo. Na melhor das hipóteses existe um equilíbrio precário entre produção e necessidade de café para exportação e consumo interno. Não podemos nem pensar em novos problemas climáticos!
O presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado federal Carlos Melles, formalizou requerimento na última quinta-feira, dia 22, ao Ministério da Agricultura, solicitando informações detalhadas sobre a fixação do preço mínimo do café para a safra 2017/2018, conforme a Portaria MAPA 840, publicada em 19 de abril de 2017. “Nós estamos desastrosamente sem política para o café, um produto que fez o Brasil, de alto alcance social, e que merece respeito”, lamentou Melles (veja a notícia completa na seção “extra” de nosso site).
Até dia 28, os embarques de março estavam em 1.592.601 sacas de café arábica, 56.793 sacas de café conillon, mais 230.445 sacas de café solúvel, totalizando 1.879.839 sacas embarcadas, contra 2.068.331 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 28, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.472.261 sacas, contra 2.594.353 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 23, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 29, subiu, nos contratos para entrega em maio próximo, 95 pontos ou US$ 1,26 (R$ 4,15) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 23 a R$ 513,31 por saca, e hoje, dia 29, a R$ 514,82. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 40 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2017/2018, condição porta de armazém:
R$440/455,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$440/450,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$425/435,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$410/420,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$400/410,00 - RIADOS.
R$390/400,00 - RIO.
R$380/390,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$370/380,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE QUINTA-FEIRA: R$ 3,2940 PARA COMPRA.