Esta semana foi mais curta para os negócios de café no Brasil. Na segunda-feira, a ICE Futures US, principal termômetro do mercado internacional de café, não trabalhou por conta da comemoração ao “Labour Day”, o dia do trabalho americano. Já amanhã, sexta-feira, dia 7 de setembro, será feriado nacional no Brasil.
Na terça, quarta e hoje, continuou o sobe e desce das cotações do café na ICE e do dólar frente ao real. Oscilam rápido e com força, dificultando a realização de um volume maior de negócios no físico brasileiro. Mesmo assim, apesar das ofertas baixas, as vendas internas vão acontecendo. A colheita de nossa safra 2018 está bem próxima do final e as despesas com mão de obra, benefício e armazenagem vão obrigando parte dos produtores a realizar o prejuízo, vendendo nas bases oferecidas pelos compradores para saldar seus compromissos mais próximos. Como em todos os anos de safra alta, os embarques brasileiros de café começam a subir nesta época. Na próxima semana serão divulgadas nossas exportações no último mês de agosto e elas ficarão acima de três milhões de sacas.
Os cafeicultores brasileiros mostram grande apreensão com os preços do café em queda e dos principais insumos para sua produção em forte alta. Na semana passada, o óleo diesel foi reajustado em 13% e o frete em 5% na média. Fertilizantes, defensivos, combustíveis e energia elétrica sobem com força enquanto especuladores derrubam o preço do café em Nova Iorque.
A ironia é que comprimem os preços e a receita dos cafeicultores enquanto o consumo mundial de café quebra recorde a cada ano, na melhor fase de sua história. Gigantes dos alimentos e bebidas como Nestlé, Starbucks, JDE e agora o mais novo sócio do clube, a Coca-Cola (segundo declaração de James Quincy, CEO da empresa, “o café é uma das categorias que mais cresce no mundo, oferecendo diferentes formatos de consumo e nos ajudando a entrar em bebidas quentes”), aproveitam o crescimento do consumo de café em meio aos grandes lucros que gera, para comprarem marcas menores, se posicionando para uma nova batalha: a conquista do mercado chinês.
O consumo continua a crescer nos mercados tradicionais, mas Nestlé, Starbucks e agora a Coca-Cola, através de sua mais nova aquisição, a Costa, se posicionam para ampliar suas participações no crescente consumo chinês. A Starbucks abre um novo ponto de venda na China a cada 15 horas e espera chegar a seis mil lojas até 2022, o dobro do que possui atualmente. Dos atuais 459 pontos de venda, a Costa espera avançar para 1.200 pontos rapidamente. Nos próximos anos, o consumo chinês de café per capita por ano deverá aumentar de quatro para 40 xícaras (fonte: El País – Economia/CECAFÉ). Os cafeicultores em todo o mundo veem os preços do café verde serem mais pressionados a cada semana e são deixados de fora dessa grande “festa”.
Até dia 5, os embarques de agosto estavam em 2.455.216 sacas de café arábica, 501.491 sacas de café conillon, mais 285.812 sacas de café solúvel, totalizando 3.242.519 sacas embarcadas, contra 2.048.393 sacas no mesmo dia de julho. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em agosto totalizavam 3.623.900 sacas, contra 2.489.170 sacas no mesmo dia do mês anterior.
Até dia 5, os embarques de setembro estavam em 124.239 sacas de café arábica, mais 14.902 sacas de café solúvel, totalizando 139.141 sacas embarcadas, contra 54.570 sacas no mesmo dia de agosto. Até o mesmo dia 5, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 357.949 sacas, contra 291.944 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE do fechamento do dia 31, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 6, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo 40 pontos ou US$ 0,53 (R$ 2,16) por saca. Em reais, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam, no dia 31, a R$ 547,40 por saca, e hoje, dia 6, a R$ 552.12. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 160 pontos. No mercado estável de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2018/2019, condição porta de armazém:
R$450/470,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$430/440,00 - FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$415/425,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$400/410,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$400/410,00 - RIADOS.
R$380/390,00 - RIO.
R$390/400,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$380/390,00 - P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE QUINTA-FEIRA: R$ 4,0840 PARA COMPRA.