Boletim semanal Escritório Carvalhaes - ano 90 - n° 29
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Santos, sexta-feira, 21 de julho de 2023
A colheita da nova safra brasileira de café continua avançando com boa velocidade. A do arábica já passou dos 50%, e, no estado de São Paulo, onde está mais avançada, se aproxima dos 70%. A do canéfora está próxima do final.
Os cafeicultores estão satisfeitos com a qualidade média, mas muitos relatam que o volume é menor do que projetavam. Falam que o volume colhido em suas propriedades está acima do que produziram em 2022, mas abaixo do que estimavam antes de iniciarem os trabalhos de colheita.
Mesmo com a colheita do conilon próxima do término, a Cooperativa de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel), no Espírito Santo, relata que recebeu 30% menos café do que no mesmo período em 2022. A expectativa da Cooabriel é fechar o ano com volume 20% menor que em 2022 (fonte: Revista Globo Rural).
Os resultados observados até agora na colheita da safra brasileira; a instabilidade do clima em todo o mundo, com as temperaturas no verão do hemisfério norte ultrapassando recordes históricos; a forte queda nos preços do café e as incertezas políticas no Brasil, estão levando os cafeicultores brasileiros a venderem seus cafés com cautela. Vendem o mínimo que podem, apenas o necessário para cumprir os compromissos mais próximos. Eles também mostram muita apreensão com o clima. A chegada forte do El Nino no Oceano Pacífico traz muitas dúvidas sobre o clima nas regiões cafeeiras no segundo semestre deste ano e no início do próximo ano, período em que será definida nossa safra de café 2024.
Os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe trabalharam hoje em alta forte, levando as duas bolsas a encerrarem o balanço da semana no positivo.
Em Nova Iorque, os contratos para setembro próximo bateram, hoje, em US$ 1,6210 na máxima do dia, e terminaram o pregão em alta de 380 pontos, a US$ 1,6185 por libra peso. Ontem, fecharam com ganhos de 255 pontos. Anteontem apresentaram queda de 80 pontos. Na terça-feira, subiram 50 pontos, e, na segunda, caíram 500 pontos. A alta na semana foi de 105 pontos. Na sexta-feira passada, esses contratos subiram 320 pontos e fecharam valendo US$ 1,6080 por libra peso. No balanço da semana passada, esses contratos recuaram 10 pontos, e, no da semana anterior, a passada subiram 190 pontos.
Na ICE Europe, em Londres, continuou o forte sobe e desce especulativo. Os contratos de café para setembro próximo fecharam hoje em alta de 66 dólares, valendo 2.612 dólares por tonelada. Ontem caíram 68 dólares. Anteontem subiram 72 dólares. Na terça-feira caíram 20 dólares e na segunda-feira terminaram o dia em alta de 12 dólares. No balanço da semana subiram 62 dólares. Recuaram, na semana passada, 81 dólares por tonelada.
Os estoques de cafés certificados na ICE futures US caíram, hoje, 5.396 sacas. Estão em 535.870 sacas, o menor nível em 8 meses. Há um ano eram de 712.817 sacas, quando já eram considerados muito baixos e preocupantes. Caíram, neste período, 176.947 sacas. Nesta semana, esses estoques recuaram 9.333 sacas. Na semana passada, acumularam alta de 153 sacas. No último mês de junho, a queda desses estoques somou 38.603 sacas. No mês de maio caíram 96.645 sacas. No mês de abril, a queda totalizou 62.731 sacas. O ritmo de queda diminuiu em razão dos estoques restantes serem de cafés da América Central, de algumas safras atrás, desmerecidos em cor e sabor, recertificados, e depositados na Europa.
Os estoques de café robusta monitorados pela ICE Europe caíram, na quinta-feira, para uma baixa recorde, desde 2016, de 5.273 lotes (fonte: Barchart/Notícias Agrícolas). O dólar fechou hoje em baixa de 0,48%, a R$ 4,7800. Na sexta-feira passada, fechou a semana a R$ 4,7950. Na sexta-feira anterior a passada, fechou valendo R$ 4,8660.
Em reais por saca, os contratos para setembro próximo, na ICE em Nova Iorque, fecharam, hoje, a R$ 1.023,37. Ontem, encerraram o dia valendo R$ 1.004,16. Anteontem terminaram a R$ 994,28. Na sexta-feira passada, encerraram a semana a R$ 1.019,93. Na sexta-feira anterior a passada, fecharam valendo R$ 1.035,67.
O mercado físico brasileiro permaneceu calmo por toda a semana. Depois da queda forte de 500 pontos na segunda-feira em Nova Iorque, os compradores foram subindo ao longo da semana as bases oferecidas, acompanhando a ICE americana. Não foi o suficiente para motivar os vendedores. Os produtores continuaram retraídos e poucos negócios foram fechados. O volume de negócios continua pequeno para esta época de início de ano safra.
Até dia 21, os embarques de julho estavam em 1.190.982 sacas de café arábica, 211.812 sacas de café conilon, mais 116.793 sacas de café solúvel, totalizando 1.519.587 sacas embarcadas, contra 1.324.808 sacas no mesmo dia de junho. Até o mesmo dia 21, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.652.552 sacas, contra 1.514.375 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 14, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 21, subiu, nos contratos para entrega em setembro próximo, 105 pontos ou US$ 1,39 (R$ 6,64) por saca. Em reais, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam, no dia 14, a R$ 1.019,93 por saca, e hoje, sexta-feira, dia 21, a R$ 1.021,48. Hoje, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta de 380 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca para os cafés verdes do tipo 6 para melhor, safra 2023/2024, condição porta de armazém:
R$ 880/910,00 - CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$ 840/860,00 - FINOS A EXTRAFINOS – MOGIANA E MINAS.
R$ 810/840,00 - BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$ 770/790,00 - DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$ 760/780,00 - RIADOS.
R$ 750/770,00 - RIO.
R$ 740/760,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$ 740/760,00 - P. BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADA.
DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,7800 PARA COMPRA.