Matéria publicada pelo jornal Valor Econômico afirma que o governo quer reduzir o papel do Banco do Brasil no crédito agrícola, abrindo espaço para os bancos privados. A instituição pública era líder neste segmento, mantendo uma participação de 58% a 60% em média nas últimas seis safras.
O Banco do Brasil acredita que deve perder participação de mercado. “Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDS”, afirmou ao Valor o secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia Waldery Rodrigues, referindo-se a redução do BNDS, para abrir mais espaço para as instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais.
Até pouco tempo atrás os bancos privados evitavam atuar no crédito rural, pois não enxergavam retorno com as operações. O Banco do Brasil comprava e ainda compra carteiras de instituições privadas que não conseguiam cumprir as exigências com o crédito rural.
O diretor de Agronegócios do BB, Marco Túlio Costa, analisou que a expectativa de aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano deverá abrir espaço para uma nova queda da taxa básica de juros (Selic), o que por si só criaria um ambiente mais favorável para a queda das taxas de juros dos financiamentos ao agronegócio, até dos abastecidos com recursos livres.
Em contrapartida, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou na última sexta-feira (22) uma nova linha de financiamento, a BNDES Crédito Pequenas Empresas, voltada para micro e pequenos empreendimentos.
Segundo o presidente da instituição, Joaquim Levy, o banco está atento aos sinais de retomada da economia e decidiu criar uma linha de crédito mais simples e mais ágil para que micro e pequenas empresas tenham condições de tocar novos empreendimentos. "Não [é] só para comprar máquinas, mas para todas as atividades necessárias para ampliar, renovar ou melhorar seus serviços”, disse Levy. "As micro e pequenas empresas são fundamentais para a economia. São o melhor sinal de saúde de uma economia”, acrescentou.
O novo instrumento de financiamento tem como foco a geração de postos de trabalho e a ampliação da concessão de crédito para empresas de menor porte, responsáveis por mais de 50% dos empregos formais no Brasil. O trabalho será feito pelo BNDES em parceria com os bancos comerciais, de desenvolvimento e cooperativos, que operam na ponta da cadeia financeira, em todas as regiões brasileiras.