Apesar de ser esperada uma safra recorde este ano, a comercialização de café arábica no Brasil apresentou uma queda considerável por conta dos atrasos na colheita e da lentidão na chegada dos grãos ao mercado, resultando em níveis mínimos nos estoques.
Em outros mercados, fatores como a queda da comercialização, a baixa safra passada (20% menor do que a anterior) e a redução das exportações em 900 mil sacas por conta das paralizações nas últimas semanas, ocasionaram em poucas ofertas dos grãos brasileiros.
Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), disse que a cooperativa atrasou os embarques em 60 mil sacas por conta da greve dos caminhoneiros e que deve levar 20 dias para normalizar a situação. “Basicamente não há café sobrando (da safra antiga). Os agricultores venderam tudo o que tinham”, comentou.
Já na Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), o gerente comercial Jandir Castro Filho destacou que a colheita foi adiada por cerca de 15 dias na região da Mogiana, por conta de chuvas recentes e falta de combustível. “Perdemos nosso navio devido à greve. Estou tentando encontrar outro para carregar um container que temos pronto aqui”, disse.
Vendas frente ao dólar
Mesmo com o fluxo reduzido, as vendas persistentes de investidores nos futuros do café em Nova York continuam, impulsionada por conta do superávit de oferta esperado para 2018/2019. Com a forte desvalorização do real frente ao dólar, os produtores nacionais ainda podem gerar lucro.
Segundo a Cocapec, o recente enfraquecimento da moeda melhorou em cerca de 10% a receita em reais nas vendas feitas pelos produtores na região da Mogiana. Com o real mais fraco, os retornos em moedas locais sobre commodities negociadas em dólar, como o café, melhoram.