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Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado completa dez anos

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 16/12/2020

4 MIN DE LEITURA

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A Associação dos Pequenos Produtores do Cerrado (APPCER), que atua em Patrocínio (MG), comemora a chegada de seus dez anos.

Histórias de evolução coletiva

Os pequenos produtores de café da Região do Cerrado Mineiro, antes de 2008, contavam com uma produção nos moldes da agricultura familiar. Estes produtores diversificavam as suas culturas para conseguir um volume menor de cada produto.

Em 2008, a situação começou a mudar com a chegada do Núcleo Cooperativista dos Pequenos Produtores (NUCOOPP), que consistia em modificar o acesso da classe a crédito, comercializações mais justas para seu produto e prestação de serviço alinhada com sua realidade. O núcleo foi idealizado pelas cooperativas agrícolas: COOPA, Expocaccer e SICOOB Coopacredi e, desta união em favor do pequeno produtor, veio a confirmação de que unidos, eles poderiam vencer as adversidades do mercado.

Assim, em 2010, nascia a APPCER com o apoio das cooperativas citadas, Federação dos Cafeicultores, Sebrae e Secretaria Municipal de Agricultura. Com a associação nascia também a união de famílias de pequenos produtores que se organizaram e conquistaram a certificação Fairtrade para os seus cafés, dando início a um novo capítulo da cafeicultura em Patrocínio e na Região do Cerrado Mineiro foi iniciado.

“A associação tem muitos projetos sociais: bolsa de estudos para associados e seus familiares, ações filantrópicas e um atendimento ao associado de forma personalizada e muito próximo. Para que pudéssemos chegar a estas conquistas, contamos com o apoio e parceria de entidades e cooperativas e temos a certeza de que, sem isso, tudo teria sido mais difícil”, ressalta José da Cruz Pereira, associado e primeiro presidente da APPCER.

O selo que trouxe a melhoria

Com a certificação das fazendas com o selo Fairtrade e os parceiros apoiando a associação, seus produtores viram a possibilidade de melhoria: de processos nas fazendas, de comercialização de seu produto e também da qualidade de vida.

O Fairtrade (Comércio Justo) é um selo que garante a parceria entre produtores e consumidores, visando à melhoria de vida e redução da pobreza por meio de práticas comerciais éticas. Assim, a certificação assegura que os produtos com o selo respeitem às normas sociais, econômicas e ambientais.

“O Fairtrade tem por finalidade tornar o comércio mais justo para o pequeno produtor. Hoje a APPCER distribui para seus associados, ao ano, em torno de R$ 500 mil reais para melhoria de qualidade da atividade cafeeira, social e ambiental. Importante é a forma democrática em que se utiliza o prêmio. O total dos recursos recebidos durante o ano, somente pode ser utilizado mediante consulta e validação pela Assembleia Geral da APPCER. Em 2013 recebemos um grande valor que foi revertido na construção de terreiros de café para 18 associados que não possuíam este recurso em sua propriedade. Com uma administração enxuta, a APPCER possibilita que o associado obtenha uma melhor remuneração por meio do prêmio, proporcionando a melhoria de vida”, explica Carlos Behrend, associado e ex-presidente da APPCER.

Segunda geração fortalece a união de famílias

Após uma década a APPCER tem muitos motivos para comemorar, com cerca de 100 associados em seu quadro social, há uma porcentagem crescente de jovens cafeicultores, filhos de produtores que acreditaram na união de famílias e trabalharam para que os ideais da APPCER gerassem resultados.

“Nesses 10 anos, a Appcer evoluiu muito, de forma estruturada. A evolução da Associação não é apenas sobre seus processos e sua interação com o mercado de café Fairtrade, mas é uma evolução também de pessoas, de melhoria de vida e de realizações de sonhos. E para o futuro, vejo a APPCER, cada vez mais próspera, com seus associados sempre mais unidos, buscando cada vez mais espaço no mercado, valorizando a agricultura familiar e dando oportunidades para as mulheres do agronegócio, na qual tenho muito orgulho em dizer que fui a primeira mulher a fazer parte da diretoria da associação”, declara Lilian Hortense, associada da segunda geração.

Estes jovens cafeicultores, além de integrarem o quadro de associados, também participam ativamente de frentes de trabalho, a exemplo da diretoria, trazendo inovação, juventude e vigor para a associação. Algo que alegra os associados, pois evidencia que os objetivos da APPCER continuam sendo importantes e motivam jovens a se unirem à associação para uma cafeicultura justa, profissionalizada e promissora.

“Temos muitos motivos para comemorar, pois em dez anos nossa evolução é nítida. Hoje temos filhos de associados que participam ativamente da associação, em diretoria e conselhos, trazendo inovação e cuidando para a continuidade dos objetivos da APPCER. Isso deve-se ao fato de que eles reconhecem a sua importância, pois sentiram e vivenciaram as mudanças e as melhorias na qualidade de vida, bem como o progresso da agricultura familiar na nossa região, estando dispostos a contribuírem para que o movimento da melhoria seja constante”, celebra Carlos Fardin, atual presidente da APPCER.

Motivos para comemorar

Entre tantos benefícios vindos com a criação da APPCER, o principal é o fato de ter feito a diferença na vida de tantas famílias, mantendo-as unidas no mesmo propósito e fazendo o café de todos chegar a lugares inimagináveis com o apoio de seus parceiros.

“Começamos fazendo o que era necessário, depois, o que era possível e de repente, estávamos fazendo o que parecia ser impossível. Na minha vida foi uma conquista incrível, algo inacreditável, pois a certificação proporciona ao associado preços justos, assistência técnica e ainda incentiva o espírito associativista. É muito gratificante, para mim, fazer parte desta história. Agradeço a todos os associados por acreditarem nesta união, em especial aos fundadores, pois somos pioneiros nesta iniciativa na Região do Cerrado Mineiro”, finaliza José da Cruz.

As informações são da STUDIODVÖS Marketing e Comunicação (texto Polliana Dias). Foto: Arquivo APPCER.

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