Os contratos futuros do café no mercado internacional registraram ganhos moderados na última semana, puxados por coberturas de posições vendidas dos fundos em meio à ausência de novidades nos fundamentos. Por outro lado, a aproximação da colheita no Brasil mantêm as cotações pressionadas.
De acordo com a Somar Meteorologia, o ar seco toma conta de grande parte das principais áreas de arábica entre as Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Após o feriado de 1º de maio, a tendência é que haja avanço de uma frente fria pelo Sudeste, alterando as condições climáticas no Estado de São Paulo, com possibilidade de chuvas volumosas na divisa com o Paraná. O serviço prevê, ainda, redução das temperaturas a partir de meados do próximo mês.
Na ICE Futures US, o contrato C com vencimento em julho de 2018 encerrou o pregão de sexta-feira (27) a US$ 1,1965 por libra-peso, com alta de 195 pontos na comparação com a semana anterior. Na ICE Europe, o vencimento julho do café robusta aferiu ganhos de US$ 12, negociado a US$ 1.771 por tonelada.
O dólar comercial avançou 1,9% no acumulado semanal, porém não teve impacto sobre o café. A divisa subiu com indicadores econômicos positivos nos Estados Unidos, já que as encomendas de bens duráveis aumentaram 2,6% no mês passado frente a fevereiro, percentual acima do 1,8 ponto esperado.
Um fator que também influenciou a alta da moeda foi a redução de 24 mil no número de pedidos de auxílio-desemprego na semana até o dia 21 – menor resultado desde 6 de dezembro de 1969 nos EUA –, ficando abaixo dos 228 mil que aguardavam analistas.
No Brasil, o dólar acompanhou o desempenho externo e encerrou a sessão de quinta-feira a R$ 3,4767, apurando crescimento de 1,9% na comparação com o fechamento da semana passada. Analistas comentam que a tendência técnica é de alta, por isso entendem que um ajuste positivo deve ganhar força em meio à ausência de intervenção do Banco Central no câmbio.
O mercado físico do café segue com poucos negócios realizados no Brasil, conforme indica o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Os indicadores para os cafés arábica e conilon apurados pela instituição situaram-se em R$ 437,32/saca e a R$ 326,35/saca, respectivamente, com variações de 2,4% e 0,8% na semana.