A revista Campo & Negócios publicou o seu Anuário do Café 2020, que traça um panorama da performance da cafeicultura brasileira em 2019 e projeções para o mercado de café. Em destaque, o recorde histórico alcançado pelo Brasil nas exportações em 2019, ano em que foram exportados 40,6 milhões de sacas de 60kg de café, volume físico 13,9% maior que o total exportado em 2018.
A receita cambial com essas exportações de 2019 alcançou US$ 5,1 bilhões, com preço médio de US$ 125,49 a saca. Um total de 128 países importaram os Cafés do Brasil, sendo 32,6 milhões de sacas de arábica, 3,9 milhões de robusta, 3,98 milhões de café solúvel e 24,4 mil sacas de café torrado e moído. Vale destacar que todos os tipos de cafés tiveram aumento no volume das exportações em 2019.
Estabelecendo um comparativo das exportações do volume físico com a performance de 2018, é possível constatar que o café canéfora (robusta) apresentou um expressivo crescimento de 59,5%, enquanto que o arábica aumentou 11%, o café solúvel teve incremento de 6,9% e o café torrado & moído uma alta de 27,2%. Ao atender à crescente demanda global no período objeto desta análise, o Brasil manteve sua posição de liderança no agronegócio café, sendo responsável por aproximadamente um terço da produção mundial. Ou seja, de cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma é brasileira.
O Anuário do Café 2020 também aponta que haverá um crescimento médio anual de 2% no consumo mundial até 2030, ano em que a demanda deverá atingir em torno de 210 milhões de sacas – ponto médio da projeção. Assim, para manter o seu market share, o Brasil terá que elevar a sua produção para pelo menos 70 milhões de sacas por ano, o que exigirá renovação de parte do parque cafeeiro, além de mais investimentos em pesquisas e transferência de novas tecnologias.
Com relação especificamente aos dados da produção, o relatório destaca que a bienalidade negativa, fenômeno que alterna um ano de safra maior com outro de menor produção, ocorrida em 2019, foi o principal responsável pela diminuição da produção brasileira, se comparada com a safra de 2018. Em contraponto, a exceção foi Rondônia que apresentou uma redução de apenas 1,8% na área de produção, mas registrou uma elevação de 11,1% no volume físico produzido, ao atingir 2,2 milhões de sacas de canéfora (conillon), com uma produtividade média de 35,05 sacas por hectare.
Vale destacar que Minas Gerais, maior estado produtor de café do País, manteve a liderança na produção nacional em 2019, com a colheita de 24,5 milhões de sacas, a despeito desse volume colhido de sacas representar uma redução expressiva de 26,5% do total produzido no estado, em relação à safra colhida em 2018, devido à bienalidade negativa mencionada anteriormente.
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As informações são da Embrapa Café (por Thiago Cavaton).