Na semana anterior, os preços do café mantiveram a tendência de consolidação — refletindo os fundamentos de 23/24 que já foram precificados pelo mercado. Ao chegar em meados de agosto, todos os olhos se voltam para o Brasil, à medida que a colheita entra em suas últimas etapas e a florada de 24/25, nos próximos meses, oferecerá a primeira visão do potencial da próxima safra.
No entanto, segundo relatório da hEDGEpoint Global Markets, alguns fundamentos ainda podem contribuir para a discussão, especialmente no que diz respeito ao blend de arábica/robusta nas origens e destinos, e, consequentemente, para onde a arbitragem entre NY e LN pode estar direcionada.
As exportações brasileiras de julho mostram dois pontos principais:
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Os embarques de arábica retornando aos níveis médios após um semestre com volumes relativamente mais baixos - consequência de vendedores mais ativos nas semanas anteriores;
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Exportações de robusta/conilon acima dos níveis médios para o período;
“Como destacado em relatórios anteriores, o Brasil tinha o potencial de fornecer mais robusta ao mercado internacional devido aos elevados diferenciais FOB no Vietnã, Indonésia e Índia. Além disso, o spread interno também encurtou, levando a níveis mais elevados de exportações”, explica Natália Gandolphi, analista da hEDGEpoint Global Markets.
“Esperamos que as exportações brasileiras de conilon mais que dobrem no ciclo 23/24, passando de 1,47 milhão de sacas para 3,7 milhões. O aumento deve ser impulsionado especialmente por destinos tradicionais, e as exportações deste mês já demonstram isso: as importações da União Europeia passaram de 56 mil sacas no mês passado para pouco mais de 230 mil, com a Bélgica como principal destino. No entanto, números acumulados para este ano apontam que a Colômbia ainda é o principal destino - com um total de 290 mil sacas de janeiro a julho”, complementa.
Ainda segundo a analista, intuitivamente, os níveis de arbitragem NY-LN estão positivamente correlacionados com a demanda global por robusta, como visto no Gráfico #4. Ainda assim, a maior parte do efeito é observada no próximo ciclo. O que isso significa para a demanda por robusta em 23/24? Vê-se potencial para um aumento no próximo ciclo, embora menor do que o que está sendo observado atualmente no ciclo 22/23, à medida que o mercado se ajusta aos novos níveis de arbitragem.
A íntegra do relatório está disponível aqui.