Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por conta da indecisão com a tabela de frete, a perda do agronegócio chegou a R$ 500 milhões só nos mercados de soja e milho. No café, que estima que o custo do transporte dobrou, a dificuldade é levar o produto para as torrefadoras. Com isso, há um atraso na produção e os exportadores estão arcando com custos adicionais no transporte.
Segundo o chefe da Assessoria Jurídica do CNA, Rudy Ferraz, o problema é emergencial, já que metade da produção agrícola está parada.
A conta já recai sobre os consumidores. Nas gôndolas, o leite registra aumento de 50% e o frango, de 45%. O preço do arroz subiu 10% e o do feijão, em torno de 15%, segundo informa a CNA.
O problema dos 60 navios parados nos portos à espera de carga, mostrado pelo Jornal Estado de São Paulo, no último dia 12, continua. As taxas de demurrage, pagas pela permanência das embarcações, somam R$ 6,7 milhões ao dia, ou R$ 135 milhões desde a adoção do tabelamento.
Dos navios parados, 35 estão carregados com fertilizante. Com a alta do frete, o transporte desse produto está praticamente parado, informa a CNA. Segundo a entidade, os produtores, cooperativas e revendedores já contrataram 85% do produto que necessitam. No entanto, não há possibilidade de entrega.
As informações são da Associação Brasileira da Indústria do Café.