Conforme informamos, a safra 2018/2019 baterá o recorde de 60 milhões de sacas do grão nas lavouras de todo o País. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), desse total, 60% foram exportados, com destaque para os mercados norte-americano, alemão, italiano e japonês, que compram quase metade do montante. Os outros 40% ficam no mercado interno, o que coloca o Brasil como segundo maior consumidor de café do planeta, com cerca de 23 milhões de sacas do produto ao ano, atrás apenas dos Estados Unidos.
“O Brasil é o maior exportador de café em grão cru, que agrega pouco valor, porque praticamente não há muita industrialização do produto, que é vendido conforme sai da lavoura. O trabalho de industrialização acaba sendo feito no País que comprou a matéria-prima”, afirma Nathan Hersckowic, diretor executivo da Abic.
Nathan acredita que um dos principais desafios da cafeicultura no Brasil é fomentar a exportação do produto industrializado. Apenas o café solúvel, que representa cerca de 10% das exportações, tem algum valor agregado além do grão cru. “O café torrado moído tem uma exportação pequena, ainda é o nosso ponto fraco e tem exigido da indústria um cuidado especial no sentido de tentar entrar no mercado internacional e crescer”, afirma.
O diretor executivo acredita no investimento para desenvolver um produto de alta qualidade, o chamado café gourmet, que tem três vezes mais valor agregado que o café tradicional. Isso inclui a fabricação de cápsulas de café gourmet, já que a maior parte do consumo doméstico é de produtos importados ou fabricados no País por empresas estrangeiras. “O mercado internacional rejeita os cafés de qualidade menor. É como no mercado de vinho, em que os produtos de alta qualidade têm mais espaço e preços melhores.”
As informações são da Agência Brasil Brasília (Por Pedro Rafael Vilela).