Os CEOs de organizações de comércio em todo o mundo escreveram ao presidente do G20, Salman bin Abdulaziz Al Saud, Rei e Primeiro Ministro da Arábia Saudita, convidando os líderes do G20 a ajudarem a protegerem os agricultores e trabalhadores nos países em desenvolvimento por conta dos efeitos da crise do covid-19 (coronavírus).
Pequenos agricultores e trabalhadores agrícolas, incluindo agricultores Fairtrade, estão em alto risco de doenças e mortalidade por covid-19. "Estamos profundamente preocupados com os efeitos que o vírus terá sobre agricultores e trabalhadores em todo o mundo em desenvolvimento, incluindo aqueles que produzem alimentos e outros bens nos quais os países do G20 confiam", diz Darío Soto Abril, CEO da Fairtrade International.
"Existe uma necessidade urgente de fornecer medidas humanitárias para proteger a saúde e a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, apoiar medidas econômicas para garantir meios de subsistência contínuos", completa Abril.
Segundo as últimas previsões da Universidade das Nações Unidas, mais de meio bilhão de pessoas poderiam ser empurradas para a pobreza devido a essa crise. A organização alerta que a crise está atrapalhando as cadeias de suprimentos globais. As paralisações nos países importadores, embora sejam necessárias para a segurança pública, estão resultando em uma queda rápida e severa nos pedidos em algumas cadeias de suprimentos, como café. Isso levou a pesadas perdas de emprego e renda entre grupos que já estavam vulneráveis ??e aumentará a pobreza a menos que seja dado apoio urgente.
As vendas globais de produtos Fairtrade totalizam cerca de US$ 9 bilhões por ano, mas as organizações de produtores Fairtrade perdem cerca de US$ 380 milhões por ano no Fairtrade Premium se não conseguirem vender seus produtos. Mesmo que a demanda por importações seja retomada, os próprios países em desenvolvimento iniciaram, ou provavelmente começarão, suas próprias medidas de bloqueio, que levarão a novas perdas de emprego ou renda, a menos que seja prestada assistência especial a agricultores e trabalhadores.
“Incentivamos os líderes do G20 a pressionarem por uma resposta abrangente a esta crise para países de baixa renda em cinco áreas em que são necessárias ações. O movimento Fairtrade apoia cerca de 10 milhões de pessoas no total e estamos prontos para ser um parceiro para minimizar o impacto dessa crise nas comunidades mais pobres e vulneráveis ??do mundo”, afirma Darío. “Ao apoiar os produtores nessa emergência, tanto econômica quanto na saúde pública, apoiaremos a segurança alimentar do G20 durante a crise e em recuperação. Agora, mais do que nunca, o G20 tem um enorme interesse compartilhado em garantir a resiliência e a sustentabilidade das cadeias de suprimentos globais”, diz.
Os cinco pontos de ação do Comércio Justo incluem: proteção para empregos e meios de subsistência, equipamento de proteção individual, apoio ao fortalecimento da saúde, medidas econômicas mais amplas e sustentabilidade.
Para mais informações, acesse www.fairtrade.net / Tradução Juliana Santin