Tomar uma xícara de café ao acordar ou após o almoço é prática comum de muitos brasileiros. Alguns, também, não deixam de degustar uma dose de cachaça antes das refeições para apurar o paladar.
Duas das bebidas mais típicas de nossa culinária, o café e a cachaça agora andam juntas em um roteiro de turismo rural pelo sudeste de Minas Gerais. Denominado Café com Cachaça, o passeio reserva aos visitantes a oportunidade de conhecerem os processos produtivos artesanais das duas bebidas, produzidas por agricultores familiares.
Além de degustarem produtos premiados. O programa pode durar um ou dois dias e passa por três municípios mineiros: Viçosa, Araponga e Guaraciaba. “Minas Gerais é a capital da gastronomia e dois produtos importantes do estado são o café e a cachaça, que já vêm sendo premiados há tempos. Então, nós unimos esses dois elementos e estamos trabalhando para os visitantes terem um conhecimento mais técnico de produtos trabalhados e de alta qualidade”, conta Renato Cardoso, coordenador do Roteiro Café com Cachaça.
Segundo o diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Onaur Ruano, a produção familiar é um atrativo turístico que valoriza a regionalidade local. “As atividades produtivas da propriedade familiar são atrativas porque mostram as vivências no campo, assim, o turista interage com todo processo e contribui na geração de renda e agregação de valor dos produtos e serviços da agricultura familiar”, avalia.
Melhor café de Minas Gerais
Certificado há oito anos para produzir café orgânico, o agricultor familiar Edmar Lopes cultiva o produto a mais de 1.572 metros de altitude, o que influencia nas características de aroma da bebida. O resultado do trabalho são os prêmios: a família já ganhou por duas vezes a comenda de melhor café do Estado.
Edmar recebe pelo menos 20 visitantes por mês em sua propriedade, o Sítio Cantinho da Saudade, que fica no município de Araponga. Ele explica que as visitas são pedagógicas e detalha como são os passeios. “Nós mostramos desde o princípio da produção. Como é uma propriedade orgânica, como é o manejo do solo, depois levamos os visitantes para a seleção do café, o torrador, a secagem. Eles passam a conhecer todo o processo”, afirma.
A produção total de café do sítio varia entre duas e três toneladas por ano. A maior parte da venda é feita via cooperativa, mas o objetivo é aumentar a venda nas visitas. “Hoje eu vendo uns 10% do café produzido nas visitas à propriedade. Nosso objetivo é dobrar esse número com o Roteiro Café com Cachaça”, acrescenta o produtor.
Investimento
Há duas formas de se fazer o passeio. O roteiro de um dia custa R$ 120 e o de dois dias sai por R$ 350, por pessoa, já inclusos hospedagem e alimentação. O grupo, de no mínimo oito pessoas, sai de Viçosa ou de Guaraciaba e passa por três propriedades da agricultura familiar, além do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Os interessados podem encontrar mais informações no site https://www.serrasdeminas.org.br/.