Com a pandemia de covid-19 muitos eventos tiveram que se reinventar e optar pelo formato digital. Pensando nisso, a cooperativa Coopercitrus realizará uma feira online para o agronegócio.
Intitulada Coopercitrus Expo Digital, a novidade tem a meta de viabilizar negócios de quase 1 bilhão de reais entre 27 e 31 de julho, mantendo a força da feira anual Feacoop, dessa vez em um ambiente em 360º.
A recriação da feira na internet, segundo a Pixit, agência responsável pela exposição digital, ocorre por meio da captação de imagens dos espaços físicos e da computação gráfica. Os estandes, áreas de convívio e produtos, incluindo máquinas agrícolas, serão apresentados em modelos tridimensionais baseados nos formatos reais.
Os visitantes, produtores de soja, milho, laranja, café, entre outros, poderão “visitar” virtualmente a área de exposição e realizar negócios da mesma forma que ocorre na feira comum, com a disponibilização de “botões” para que o produtor escolha entre avançar pelos estandes e realizar negociações. Além disso, poderão acompanhar mais de cem palestras.
“A navegação nos espaços virtuais que criamos proporciona uma experiência muito próxima da realidade”, aponta o presidente-executivo da Pixit, Flávio Machado.
O CEO da Coopercitrus, Fernando Degobbi, afirma que pretende que mais de 200 mil pessoas visitem o ambiente virtual e mais de 800 milhões de reais sejam movimentados em negócios.
Com essas metas, a feira poderia se aproximar dos resultados vistos no ano passado, quando viabilizou negócios de 850 milhões de reais, recebendo 12 mil visitantes na Estação Experimental de Citricultura, em Bebedouro (SP), tradicional local da Feacoop.
O setor do agronegócio vem sendo um dos menos afetados pela pandemia, com o País colhendo uma safra recorde em 2019/2020 e sendo beneficiado pela alta do dólar frente ao real, que deixou o produto nacional competitivo.
A proposta de alterações na feira já existia, inclusive com mais inovações digitais, mas a pandemia de covid-19 acelerou as mudanças rumo ao mundo online. “No mês de maio, a gente decidiu virar essa chave e buscar parcerias para fazer uma feira digital. O nosso conceito é fazer uma feira de verdade, não uma coisa plana, não uma plataforma de compras, mas sim uma experiência virtual, visitando estandes, vendo as máquinas. Com cara e jeito de feira”, disse Degobbi à Reuters na quinta-feira.
Segundo a cooperativa, 133 estandes serão montados na plataforma online, que funcionará como um website. Grandes empresas do setor como Bayer, Corteva e New Holland estão entre os expositores, que assinaram contratos para uma feira comum, nos mesmos moldes do evento físico.
O montante projetado em negociações parte especialmente dos insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos, e das máquinas agrícolas. A cooperativa também vê um bom momento para negócios na esteira do Plano Safra 2020/2021, que foi anunciado pelo governo federal no último dia 17 e envolve um volume recorde de 236,3 bilhões de reais em créditos agrícolas.
Para produtores ainda desconectados, serão montadas áreas ao acesso virtual em centros de negociações da cooperativa, que atua em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, já que neste ano a feira “real” não existirá.
Em um mundo no qual as pessoas se acostumam cada vez mais com “lives”, o desejo da feira, além de promover exposições e conversas, é usar o recurso virtual para vender, o que é tido como um desafio superável.
As informações são da Reuters.