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32º Congresso Brasileiro de Pesquisa Cafeeira: Conhecer para progredir no café

AGENDA DO PRODUTOR

EM 19/10/2006

3 MIN DE LEITURA

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Seguindo a tradição, desde que foi idealizado no início da década de 70, o 32º Congresso Brasileiro de Pesquisa Cafeeira será realizado de 24 a 27 de outubro, no Centro de Convenções do Palace Cassino, em Poços de Caldas/MG. O evento é organizado pela Fundação Procafé (Fundação de Apoio Tecnológico à Cafeicultura), parceira do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o apoio do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), Ufla, Uniube e Cafépoços.

O Congresso leva a marca de persistência de seu idealizador, o coordenador da Fundação Procafé, José Brás Matiello. Caracteriza-se também por apresentar os resultados de pesquisa mais relevantes, traduzidos em linguagem acessível a todos os setores ligados à cafeicultura, com grande presença da classe produtora.

No primeiro dia do evento (24) haverá o lançamento do livro "A ferrugem do cafeeiro no Brasil e seu controle", escrito e organizado pelos pesquisadores da Fundação Procafé, José Brás Matiello e Saulo Roque de Almeida. A obra reúne as principais ações relacionadas à doença, que assuntou o Brasil na década de 70 e deu início a um grande programa integrado de pesquisa para seu controle.

Está previsto, também para o primeiro dia, homenagem ao engenheiro agrônomo do Mapa, Maurício Bento da Silva, como "Colaborador da Pesquisa Cafeeira do ano", pelo incentivo à pesquisa na região de Manhuaçu/MG, onde é cafeicultor e destina parte de suas lavouras à experimentação de sistemas de cultivos e avaliações de cultivares. Um dos projetos de irrigação cafeeiro do Consórcio é conduzido em sua propriedade.

Novas cultivares

A Fundação Procafé fará o lançamento de quatro novas variedades de café para atender a demanda das diferentes regiões produtoras. Como já se tornou tradição, duas delas recebem o nome de pássaros da fauna brasileira: Saíra (HK29/74) e Azulão e, as demais, Maracatiá e Catucaí-Açu.

Saíra é fruto do cruzamento de Catuaí amarelo com Catindu e apresenta resistência duradoura à ferrugem, tendo iniciado sua avaliação em 1974. Apresenta ótimo vigor e maturação tardia dos frutos. Azulão é apresentada como a melhor seleção comercial do Catucaí, com alta resistência à ferrugem, produtividade elevada em avaliação de oito colheitas e tolerância à seca/estiagem. Tem maturação tardia e mantém o enfolhamento mesmo sob condições adversas.

Maracatiá é fruto do cruzamento entre Acaiá e Catuaí. Preserva as características do Acaiá, porém, com porte baixo. Apresenta broto bronze, frutos grandes e maturação precoce, ideal para regiões mais frias.

O nome Catucaí-Açu já revela a principal característica desta nova seleção de Catucaí com frutos grandes. Apresenta porcentagem elevada de frutos com peneira acima de 18, ideal para industrialização de café diferenciado pela qualidade. Tem maturação mediana e resistência à ferrugem.

Informação diversificada

Cerca de 320 trabalhos compõem os anais do Congresso, distribuídos em diferentes tópicos de interesse: Bicho Mineiro; Outras pragas e nematóides; Ferrugem do cafeeiro; Outras doenças; Mudas, plantio, espaçamento e condução; Adubação, calagem e solos; Podas e culturas intercalares; Enxertia; Irrigação; Arborização; Colheita, preparo e qualidade; Melhoramento genético; Ecologia e fisiologia; estudos sócio-econômicos.

A programação reservou ainda o debate de um tema relevante para cada dia do evento. No primeiro dia será debatida a irrigação da cafeicultura no Sul de Minas, com apresentação de dados sobre as condições climáticas, resultados de pesquisas em Varginha e Lavras e orientações sobre os sistemas adequados para a irrigação nesta região.

A resistência à ferrugem do cafeeiro e seus tratamentos é o tema do seminário programado para o segundo dia do evento. No terceiro dia, será a vez do sistema de cultivo "Safra Zero", que tem despertado atenção de produtores preocupados, principalmente, com o custo da mão-de-obra na colheita. Os participantes deste debate receberão informações sobre os resultados de adoção deste sistema no Sul de Minas e dicas de operacionalização da colheita.

Ver para crer

Como todo bom mineiro gosta, o último dia da programação oferece aos participantes a oportunidade de visitar fazendas cafeeiras da região e conhecer uma fábrica de fertilizantes. Durante todos os dias, os visitantes poderão atualizar os contatos com as empresas ligadas ao setor cafeeiro, em estandes para demonstração de produtos e serviços. Haverá ainda a exposição "Café com arte", da artista plástica Valéria Vidigal.

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