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A Gangorra dos Preços

CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

EM 12/03/2012

6 MIN DE LEITURA

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Celso Luis Rodrigues Vegro


Em fevereiro desse ano, houve nas páginas do CaféPoint um interessante debate sobre a necessidade e possibilidades objetivas de maior coordenação no agronegócio café. Dois artigos lançaram esse debate que, aliás, já esteve presente tanto nesse fórum quanto em outros também. O primeiro deles publicado em 09/02/2012 pelo colega Juliano Tarabal, Diretor de Marketing da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que publicou a análise: O X da questão. O segundo veio da parceria entre a prof. Sylvia Saes e Bruno Varella, FEA/USP e mestre em administração, respectivamente, intitulado: Coordenar é preciso, mas não a qualquer custo1.

Consultando o Dicionário Aulete temos as seguintes possibilidades para o significado da palavra COORDENAR:

1 Dispor(-se), organizar(-se), ou realizar(-se) segundo certo método ou certa ordem. [td. : "Fui dar um passeio para coordenar as minhas ideias." (Teixeira de Vasconcelos, Viagem na terra alheia)
2 Orientar, dirigir (equipe, departamento, projeto etc.). [td.: coordenar a equipe de combate ao dengue.]
3 Ligar, interligar, associar. [tdr. + a, com: coordenar o planejamento à / com a execução.] [td.: coordenar esforços.]
4 Associar elementos, ou ações, ou medidas etc. de forma harmoniosa, sincrônica, ajustada etc. [td.: Os trapezistas coordenaram seus movimentos com perfeição.]
5 Gram. Ligar (termos ou orações) por meio de conjunção coordenativa. [td.: coordenar dois períodos.] [tdr. + a: coordenar uma oração a outra.]


A ideia de coordenar mais decantada dentro da administração é aquela expressa em sua terceira definição, ou seja, uma forma de se alcançar estágios mais adiantados de planejamento. Mas outras definições também deveriam compor esse conceito na administração como: aplicar um método, imprimir uma trajetória (direção) e sincronizar os movimentos. A completude da ideia de coordenação necessita desse conjunto de significados, porém, na maior parte das vezes em que o conceito é aplicado, imagina-se equivocadamente, apenas um esforço em planejamento setorial.

Em ambos os artigos a abordagem exibe limitações frente à amplitude do significado e conceito de coordenar. O alinhamento entre os agentes econômicos é premissa sine qua non para que se instaure um processo de coordenação, mas que não pode prescindir da existência de um ator capaz de aglutinar esse sentimento. Governo, Cooperativas; Empresas Privadas e ONG´s, entre esses ou outros deve existir um agente apto e reconhecido entre as partes para direcionar e sincronizar os movimentos visando maior coordenação.

Tudo isso implica na assunção de papéis. Em âmbito microeconômico, dinâmica das firmas; isso pode ser alcançado com relativo grau de sucesso. Vejamos, o crescimento das cooperativas no ramo exportador agregou maior coordenação às transações internacionais envolvendo café2. Possivelmente, ainda, carrearam para os cafeicultores parcela de valor que antes tinha outro tipo de redistribuição ao longo da cadeia.

Outro exemplo mais objetivo e, o faço sem qualquer procuração de seus propositores, é o NUCOFFEE da Syngenta. Ao liderar um processo de coordenação em que produtores e suas cooperativas se tornam fornecedores diretos de torrefadores internacionais celebrando para isso contratos, exerce uma coordenação do sistema de alto desempenho em que preços, qualidades, prazos, são pactuados e cumpridos. Em 2011 é possível que o esquema tenha resultado em mais de 300 mil sacas transacionadas sob essa estrutura planejada.

Em ambos os casos não se põem a imagem de qualquer tipo de coordenação. São movimentos que surgem aproveitando competências e especificidades. Cooperativas buscam soluções conjuntas para deficiências individuais, inclusive as de planejamento. Empresas privadas podem utilizar seu savoir faire para encontrar soluções que agreguem ao horizonte de investimento uma condição mais planejada (nesse caso o contrato direto entre cafeicultor e torrefador).

As iniciativas repousam, portanto, sempre em algum agente que melhor posicionado dentro da impessoalidade do mercado, contribui para mitigar o efeito que a gangorra dos preços provoca quando de suas oscilações tanto nos momentos em que aprecia quanto naqueles em que deprecia o produto. O custo dessa coordenação é parcialmente compensado pela fidelização dos cafeicultores ao pacote de serviços que o agente do estratagema desenvolvido oferece.

Outros micro-exemplos poderiam ser enfileirados. O trabalho das certificadoras associado aos das redes varejistas (UTZ”s); aquele de ONG´s atuantes no mercado de fair trade junto a cafeicultores de perfil familiar; os certames de premiação de café gourmet e as Câmaras Setoriais do governo federal e dos estados – já aqui se insere o Estado como um relevante protagonista nas iniciativas de coordenação4. Todos colaboram para que as ligações entre os agentes econômicos atuantes na cadeia se estreitem em favor de seu melhor funcionamento.

A estrutura de mercado em que a maior parte da produção de gêneros alimentares (commodities e especialidade), cria dificuldades para a proposição de ações coordenadas. A mais significativa delas é a incapacidade de formar preços! Um segmento tomador de preços, ou seja, que subsiste sob o ambiente da gangorra, dificilmente consolida horizonte para o ambiente de negócios o que impede a formação de alianças estáveis. A oscilação entre riqueza e pobreza induz à busca por soluções individuais e, se possível, de baixo custo. E elas existem e funcionam.

Alguns (e não poucos) cafeicultores que fizeram hedge suas safras de 2012 e 2013 ainda em 2011 e estarão recebendo entre R$500,00 e R$515,00 pela saca especificada pelo contrato da BM&F (seja para liquidação no físico ou no financeiro, a depender dos preços vigentes à época da entrega)3. Assim, o mercado impessoal, mas muito formal, arbitra mecanismos que neutralizam a gangorra de preços. Travado o preço a ser recebido e, por conseguinte, a manutenção da rentabilidade e da trajetória de capitalização na produção, estabelece-se um processo coordenado em que quem investe sabe quanto receberá e quem compra sabe quanto pagará pela qualidade contratada e em prazo estipulado. Perceba que também aqui há um agente centralizador do esforço de coordenação que se vale das expectativas para produzir direção e sincronia como estágios de mais planejamento.

A administração não é uma ciência exata e às vezes esse é um detalhe esquecido. E o lado bom disso é que quando muda a conjuntura deve-se mudar a decisão e inverter-se a direção do planejamento anterior. Também é errado imaginar que, para problemas complexos cabem soluções simples. A coordenação é exemplo desse tipo de dificuldade. As alianças podem ser revistas em decorrência de mudanças no cenário e a complexidade do negócio impossibilita a constituição de estruturas únicas de coordenação, mesmo por que há interesses conflitantes no agronegócio café (arábica x robusta; política do drawback; legislação tributária incidente sobre as transações).

Muito embora tenham lembrado SAES & MIRANDA, que não se faz coordenação a qualquer custo, mas, às vezes, fenômenos externos tratam de religar na marra os agentes antes beligerantes e que pagam um alto custo por não encontrarem formas ainda que tênues de coordenação. Quando do caso da acusação canadense de existência da doença da vaca louca nos rebanhos bovinos brasileiros, foram articulados churrascos com a participação de pecuaristas e frigoríficos, agentes que possuem um tremendo histórico de mútuas acusações. Outro exemplo foi a acusação que no suco de laranja brasileiro havia resíduo de defensivo feita pela autoridade sanitária estadunidense. Imediatamente o segmento que vive às farpas se uniu para mostrar coordenação por meio de gestão no emprego do acaricida e reunir elementos para se defender das acusações.

Difundir de forma epidêmica a utilização dos mecanismos de mercado para estabilizar preços é o primeiro e mais acertado passo para iniciar um processo de coordenação. E quem se detiver com atenção sobre o agronegócio café, poderá constatar que nele reside um case em que há verdadeira compulsão para se encontrar modos de regularizar os preços (pagos e recebidos) valendo-se de arbitragem, cooperação, prêmios e contratos. Assumindo-se o controle sobre a formação de preços, rompe-se com a gangorra e criam-se as condições para uma gestão orientada visando à criação de vantagens compartilhadas (ganha x ganha).


1 Artigos disponíveis nos links:
https://www.cafepoint.com.br/mypoint/77124/post.aspx?idPost=4200
https://www.cafepoint.com.br/cadeia-produtiva/espaco-aberto/o-x-da-questao-77846n.aspx

2 Reconhecendo que o benefício tributário então existente facilitou às cooperativas galgar esse posto.

3 Paralelamente se recomenda uma posição de igual volume financeiro nos contratos de câmbio para não ser surpreendido por forte desvalorização da moeda. Havendo uma corretora em apoio ao cafeicultor, tal posição em bolsa pode ser facilmente efetuada.

4 O rol de ações públicas com intuito de coordenação são diversas e, relativamente, articuladas. Alocar os recursos do FUNCAFÉ em volume e prazos compatíveis com a atividade; organizar os leilões dos estoques sem alterar tendências do mercado; torna-se comprador por meio de opções públicas; prover seguro rural; pesquisa, assistência técnica, etc...

(*)Celso Luis Rodrigues Vegro
Eng. Agr., M.S. Desenvolvimento Agrícola
Pesquisador Científico do IEA

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CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 04/04/2012

Prezado Juliano
Vamos continuar essa conversa no artigo novo que estou assinando com o PH. Ainda está em destaque no portal.
Leve seu comentário para lá, ok.
Abçs
Celso Vegro
JULIANO TARABAL

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS

EM 04/04/2012

Caro Celso e demais amigos da Comunidade Café Point,

Vi que estava perdendo um grande debate pela minha ausencia na comunidade nos ultimos dias em funçao de compromissos, mas vamos lá.

Em primeiro achei extremamente válida sua analogia caro Celso. Os exemplos citados entre eles Nucoffee e Cooperativas são sim um exemplo de coordenação de cadeia.

Porem meu foco em o "x" da questão foi o de trabalhar a Integração da cadeia. Ou seja, possui uma abrangencia maior do que o ambito de atuação de uma cooperativa ou mesmo da plataforma de negócios citado.

Claro que um movimento de integraçao exige uma coordenaçao, mas o mais importante é imaginar uma ligação de elos da cadeia. A partir disso sim propor açoes coordenadas e objetivos comuns.

Fiquei bastante curioso por conhecer o artigo do PH, pois acho que foi feliz nos dizeres "convergencia estrategica", acho que é uma linha muito interessante de trabalho e de grande relevancia.

Sucesso neste trabalho PH e aguardamos ávidos pelo compartilhamento deste conteudo.

Abraços.

Juliano Tarabal
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 15/03/2012

Grande PH
Muito oportuna sua contribuição a esse debate. Creio sim nos interesses difusos que carecem de convergência visando maior coordenação. Todavia é preciso pensar dentro de um escopo mais abrangente com o qual estamos acostumados mas as vezes derrapamos.
Na agricultura moderna (nem preciso me valer do conceito de agronegócio) temos estruturas de produção e consumo altamente especializadas e complexas, ou seja, temos um esforço de industrialização da agricultura capitaneada pelo capital financeiro.
Assim, a fase atual superou a autarquia quando os produtores rurais produziam mercadorias para trocar por outras mercadorias passando pela sua conversão em dinheiro. O que temos agora é um processo em que o dinheiro é empregado na produção de mercadorias visando a obtenção de mais dinheiro. Portanto, PH, o que temos diante de nós não é um esforço de produção de alimentos, mas um direcionamento dos fatores produtivos (especialmente o trabalho morto representado pelas máquinas) visando a produção de lucro.
Dai surge a questão: como produzir lucro quando você não forma preços? O risco do negócio é imenso. Faça qualquer coisa menos agricultura seria minha recomendação.
Estabilizar os preços é condição sine qua non para todo o resto. Não existe melhor estratégia o convergência que o valha.
Sei posso parecer pedante com toda essa conversa, mas sem esses elementos claros na cabeça todas nossas pretensões não passam de voluntarismo.
Abçs
Celso
PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 15/03/2012

Caro Celso,

Interessante seu ponto de vista sobre a coordenação de preços. Os mecanismos estão disponíveis e estruturas de coordenação dos produtores são necessárias. Talvez este seja o próximo nível que algumas das diversas Associações de produtores que surgiram nos últimos 15 anos tenham que atingir. As cooperativas por sua vez já podem, e devem investir nestes mecanismos. Tenho conhecimento de algumas que estão se movendo neste sentido.

Porém, acho que existe um ponto de vista divergente entre a proposta do Juliano, comentada pela Sylvia e pelo Bruno, e sua proposição.

Estou estudando e analisando, muitas vezes in loco, o que chamo de "convergência estratégica". Esta convergência surge em clusters ou em associações de interesse privado quando diversos atores, independente de sua posição na cadeia produtiva possuem um objetivo claro e comum.

Estes podem ser objetivos menos diretos como a coordenação de preços, sendo por vezes mais subjetivos, como "valorizar nossa marca no mercado"; ou então, "exportar nosso café diretamente para os japoneses".

Diferente do alinhamento estratégico empresarial, onde uma direção executiva determina a direção e o alinhamento da empresa e de seus diversos setores e atores, a convergência estratégica surge de uma atuação em rede dos atores que constituem o cluster ou a associação.

Por fim, acho que os Cafés do Brasil precisam de convergência estratégica, onde os atores, independente de sua posição como produtor, comerciante ou industrial irão defender seus interesses pessoais, porém, sabendo que acima de tudo existe um grande objetivo. Qual? Acho que ninguém sabe e nem parou para pensar... E esse é nosso problema.

Enfim, estou finalizando esta pesquisa e pretendo apresentar em breve um artigo defendendo esta "convergência", e gostaria de contar com o apoio de todos os colegas do café para comprová-lo ou refutá-lo.

No mais meu caro, é sempre um prazer debater com você em nossa virtualidade. Sentimos falta de sua pessoa nas últimas reuniões da câmara setorial do café, mas sabemos que é por um grande motivo.

Um abraço,

Paulo Henrique Leme (PH)

LOURENÇO DEL GUERRA

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/03/2012

CELSO QUANDO FALEI QUE O CAFEICULTOR DEVERIA PARA GERIR A PARTE COMERCIAL, SAIR DOS CONCEITOS DE SEUS ANTEPASSADOS É EXATAMENTE ISTO QUE VOCÊ ESTA DIZENDO E QUE A MAIORIA NÃO FAZ.
DEVEMOS VER SE O PREÇO QUE TEMOS NOS É CONVENIENTE E TRAVARMOS O VALOR NA BOLSA.
TODA VEZ QUE NÃO FAÇO ISSO E ESPERO COMO NO PASSADO, A BOLSA ESTOURAR,, PARA SER SIMPLES, EU CORRO O RISCO DE PERDER O CONTROLE E O PREÇO MENOS RUIM PARA MEU PRODUTO. GANÂNCIA É RISCO.
SE HOJE EU CHORO POR NÃO TER REALIZADO A R$550,00, É PORQUE EU QUERIA MAIS QUE ISTO.
ENTÃO JOGUEI, NO JOGO SE GANHA MAS, TAMBÉM SE PODE PERDER.
O NEGÓCIO CORRETO É TRAVAR NA HORA QUE NOS DÊ ALGUM MLUCRO E NÃO NO "MAIOR LUCRO"
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/03/2012

Prezado Artur Queiroz Sousa
Já na idade da razão, tomo consciência de que não posso tudo. O que se passa no mercado hoje é realmente quase que inexplicável. Mas volto a enfatizar que quando a maré voltar a estar favorável ao cafeicultor (e isso não deve demorar), corra imediatamente à Bolsa e faça uma posição a futuro.
Abçs
Celso Vegro
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/03/2012

Fundamentos não paga conta. Já a algum tempo temos visto publicações no site a respeito de que os fundamentos são os melhores. consumo elevado e crescente de café no mundo, e produção estagnada e em queda no mundo. Vai faltar café no mercado, é isso que se ouve para todos os lados. Evidentemente dando crédito a a controles de estoques e previsões de safras equivocadas, na maioria das vezes, sobretudo pelos orgãos oficiais. Também vemos paixões exarcebadas por parte de diregentes de organizações ligadas a cafeicultura, que mais nos parece preocupadas em olhar para o próprio umbico do que para o mercado.
É preciso ter desconfiometro, no mercado. Me recordo que um amigo se associou a outro em um negócio, onde ele tinha 60% das ações, portando os fundamentos a favor dele eram grandes, pois detinha a maioria das ações, portando tinha o domínio da direção da empresa. Errado. Errado sim, pois o capital dele era escasso, e o do sócio abundante, logo o sócio deixou a empresa ir a prejuizo por três a quatro anos, até que ele pediu água e perdeu a direção da empresa. Assim funciona o fundamento dos preços do café. Ninguem sabe porque subiu, ninguem sabe porque está caindo.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/03/2012

Prezado Carlos Maria
Sua missiva é um pouco confusa, mas que de fato o mercado é impessoal, isso lá é mesmo.
O que lhe escapa é a inversão na formação dos preços, antes pautados pelo excesso de oferta para uma nova fase de escassez provocada pela demanda. O poder de barganha agora encontra-se nas mãos dos produtores e de suas organizações.
Pense nisso, ok.
Att
Celso Vegro
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/03/2012

PRezado Eduardo Silva
De fato muitos cafeicultores venderam antes da escalada dos preços. Mas nesse tempo em que o fenômeno persistiu houve chances de se firmar posição na bolsa. Conheço alguns cafeicultores que estão vendidos para 2012 e 2013 à R$512,00/sc. Isso demonstra que é preciso fazer o mercado trabalhar pelo cafeicultor e não ao contrário.
Sucesso com a atividade.
Att
Celso Vegro
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/03/2012

PRezado Wilson Bocardi
Tenho o privilégio de pertencer a uma cooperativa de crédito, por isso entendo bem seu ponto de vista.
Soluções coletivas formam o caminho inapelável para os negócios em tempos de crise econômica.
Abçs
Celso Vegro
CARLOS EDUARDO COSTA MARIA

ANHEMBI - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 13/03/2012

Não sendo otimista, mas também não apostando no "quanto pior melhor", tenho que coordenar, aqui entendido como de alguma maneira compartilhar os multiplos interesses de todos os agentes desta complexa cadeia que é a cafeicultura, torna-se um exercício no mínimo surrealista, na medida em que o produto café ao se transformar em commodity, simplesmente, saiu da esfera comum dos cafeicultores, passou a exibir uma dinâmica própria e que está sujeita a todas tempestades e mal humores do mercado, que cá para nós, tem se comportado ultimamente, não como uma gangorra, mas como uma verdadeira montanha russa, afetado que está, pelo emperramento das medidas que tentam suicidamente reverter a bancarrota do velho continente.Nada contra o artigo, por favor, pelo contrário é muito competente e esclarecedor! Acontece que o nosso cafezinho está muito além, é agora um produto globalizado.
EDNALDO BARTOLOMEU DA SILVA

MONTE BELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/03/2012

Estamos no fundo do poço, e agora quem poderá nos salvar?
será que seremos escravos eternos deste mercado injusto?
o salário subiu o combustível nem se fala! no supermercado (Crem Deus padi)
somos escravos ou não somos? e ainda falam por ai que tivemos preços bons
e não aproveitamos. Deixe eu explicar o ano que o café subiu na safra valia 280,00 reais
fizemos a safra vendendo café barato pois não tinhamos de onde tirar, pagamos tudo que nos cabia pagar, só então o café subiu de preço quando não tinhamos café, ano passado a safra foi pequena para a maioria dos produtores, e não tinhamos quase nada de café. este ano 2012/2013 a safra é boa e voltamos a estaca zero. preço la embaixo! desculpe meus erros de portugues. até mais...
WILSON BOCARDI MACHADO

TRÊS CORAÇÕES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/03/2012

Sr. Celso,

Muito bom seu ponto de vista para um mercado altamente dinâmico.

Não gostaria de ser simplista, com o ponto de vista de um agricultor:

É hora do mercado interno consolidar o preço da saca de café através da união das cooperativas ( o Cooperativismo é isso, ou seja a união de todos na busca de uma melhor gestão de custos e lucratividade).

Não podemos aceitar mais, que um merdado interno de consumo tão significativo, seja ainda influenciado pelo mercado internacional.

O produtor não sabe como se posicionar em cenários tão voláteis, onde se investe um ano sem saber claramente o que ocorrerá no ano seguinte.

Veja bem que o mercado consumidor não sofre com a pressão altista do preço do café e se ajusta ao novo preço sem muitas reclamações. Isto mostra margem real de aumento de preços. Porém o produtor perde muito, seja em capital, seja em lucro, seja em preço, quando o mercado não não repõe o justo pelo seu trabalho.

A conta é simples: Basta multiplicar o que deixaremos de transferir ao aprodutor pela queda do preço de venda do café verde ( veja os valores de Dezembro e os praticados atualmente). Não sei quem perde mais ou quem ganha mais. Simplesmente vejo um mercado voraz que prima para retirar o pequeno produtor de seu portifólio.

Novamente reafirmo que é necessário criar mecanismos para que o Brasil seja dono do seu preço justo do cafe. Quem quizer exportar, ai sim participe do preço variável Internacional, onde o mercado capitalista (entenda por isto não só o mercado de café, mais sim o movimento financeiro, colocando o valor de venda) é volátil.

Um preço interno mais estável é bom para todos e depende somente da união das cooperativas de café, que tem o poder de negociar a venda de quase a totalidade do estoque dos seus cooperados.

Acredito que falte estratégia conjunta.

Atenciosamente,

Wilson Bocardi Machado
Produtor - Fazenda Santa Catarina - Três Corações - MG

CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/03/2012

Amigo Lourenço
Que bom reencontrá-lo por meio desse portal virtual. Agradeço suas gentis colocações.
Não há dúvida que na área comercial grande parte de nossa cafeicultura ainda apenas engatinha. Há que se fazer uma revolução nessa temática recolocando-a no centro das prioridades de cada ano safra que se inicia.
Grande abraço
Celso Vegro
LOURENÇO DEL GUERRA

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/03/2012

CELSO.
PARABÉNS PELO MODO CLARO COMO COLOCOU O PROBLEMA. TALVEZ SE O CAFEICULTOR , PRINCIPALMENTE AQUELE QUE SÓ PENSO NO GANHA/GANHA, PRESTASSE MAIS ATENÇÃO ELE SERIA O GRANDE BENEFICIADO EM USAR OS NOVOS MECANISMOS DE VENDAS.
COMO VC DISSE, VIDE O QUE ACONTECE NO CERRADO, VIDE O QUE ACONTECE QUANDO PARCERIAS HONESTAS COMO AS DA NUCOFFEE, SÃO EMPREENDIDAS, COMO TODOS GANHAM.
SERIA DA MÁXIMA IMPORTÂNCIA QUE OS NOVOS ADMINISTRADORES DAS PROPRIEDADES PRODUTORAS DE CAFÉ, ABRISSEM SUAS CABEÇAS PARA ISTO, E NÃO FICASSEM COM A TECNOLOGIA DO PRESENTE PARA PRODUZIR E GERIR A PARTE AGRÍCOLA E COM A DE SEUS ANTEPASSADOS PARA GERIR A PARTE COMERCIAL.
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/03/2012

Prezado Reinaldo Foresti Junior
Grato pelos elogiosos comentários que tem sobre aquilo que aqui fazemos em prol de nossa cafeicultura.
Veja, em um mundo em crise só haverá êxito daquelas estratégias pautadas pela organização coletiva. Assim, ao meu ver, as cooperativas encontram-se em momento dos mais propícios para se fortalecerem ainda mais. A atuação comercial das cooperativas se profissionalizou. Na Federação do Cerrado, por exemplo, há uma mesa de corretagem exclusiva a serviço dos cafeicultores federados. Esse exemplo deve ser seguido para que mais cafeicultores venha a se beneficiar (ou perder menos) do preço que se forma em Nova Yorque. A criação de operações de café no CME-Chicago ainda é uma promessa e deverá demorar muito para acontecer. Até lá é continuar operando em NY.
Abçs
Celso Vegro
REINALDO FORESTI JUNIOR

CAMPANHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/03/2012

Coordenar as ideias acima e torná-las acessíveis ao nosso modesto entendimento de imediato é tambem uma tarefa agradável e honrosa de proceder pois o conceituado articulista é um mestre na arte de afirmar e provar teorias que serão absorvidas na prática e comemoradas, com os comentaristas que por certo a enriquecerão.Parabens vamos aguardar o esperado.Pergunto: Como instrumentalizar a afirmação acima que posiciona que havendo uma corretora em apôio ao cafeicultor poderãp obter uma boa atuação em Bolsa.Seria uma função a ser exercida pelas Cooperativas atuantes em defesa dos cooperados com corretora propria e qual Bolsa operar?

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