Oferta limitada e fatores externos garantem fortes altas na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com fortes altas, seguindo os ganhos significativos das duas últimas sessões, o que permitiu que as cotações atingissem o pico de dois anos na casa de comercialização norte-americana. No encerramento do dia, o julho teve alta de 840 pontos, com a libra a 159,35 centavos, sendo a máxima em 160,70 e a mínima em 148,00 centavos por libra, com o setembro tendo ganho de 835 pontos, com a libra a 159,95 centavos, sendo a máxima em 161,05 e a mínima em 148,15 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou perda de 17 dólares, com 1.551 dólares por tonelada, ao passo que o setembro registrou valorização de 12 dólares, com 1.570 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o mercado de café demonstrou nesta terça-feira, mais uma vez, a força dos contratos, depois de, na parte da manhã, os preços terem flutuado no lado negativo da escala, com algumas realizações de lucro. No entanto, seguindo um cenário externo positivo, novas ordens de compra passaram a ser emitidas e os ganhos se consolidaram, o que permitiu que a posição de maior liquidez, julho, atingisse o patamar de 160,70 centavos de dólar por libra peso. Um operador ressaltou que, após as perdas da manhã, novas coberturas de posição short por parte de especuladores e grandes fundos foram verificadas, consolidando os ganhos. "Verificamos que as origens não estão vendendo agressivamente, o que dá um suporte adicional para as altas", disse Márcio Bernardo, analista da Newedge, em Nova Iorque. "Com a pequena presença dos produtores, também tivemos força para as altas com ganhos de outras commodities, notadamente o petróleo, e ganhos nas bolsas de valores, entre outros indicadores positivos", observou Boyd Cruel, analista sênior da Vision Financial Markets, em Chicago.

Um operador destacou que o mercado continua focado na pequena disponibilidade de café, principalmente de grãos mais finos, por conta de safras menores de importantes produtores, como a América Central e a Colômbia. A safra da Colômbia, segundo um operador de mercado, se mostra abaixo esperado pelos players e os novos cafés da safra de café do Brasil estão chegando a conta gotas e há uma percepção de que, mesmo com uma safra alta, pode não haver grãos suficientes para normalizar a oferta. "Acreditamos que o tema 'oferta' vai continuar norteando o mercado, ao menos no curto prazo", disse um trader.

Os estoques de café nos Estados Unidos, no final de maio, apresentaram um aumento de 28.154 sacas, indo para 4.568.653 sacas, informou a GCA (Green Coffee Association). No final de abril, os estoques no maior consumidor mundial somava 4.540.499 sacas. O maior aumento de estoques se deu no armazém de São Francisco, com 30.205 sacas, ao passo que a menor retração foi verificada em Jacksonville (-90.445 sacas).

As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 14, somaram 455.966 sacas, contra 792.083 embarcadas no mesmo período de maio, apontou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.189 sacas, indo para 2.260.877 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures ES foi estimado em 62.346 lotes, com as opções tendo 15.943 calls e 11.194 puts. Tecnicamente, o julho tem uma resistência no patamar de 160,70, 161,00, 161,50, 162,00, 162,50, 163,00, 163,25 e 163,50 centavos por libra peso, com o suporte se localizando em 148,00, 147,50, 147,00, 146,50, 146,10-146,00, 145,50 e 145,00 centavos por libra