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Ministro da Agricultura afirma disposição de intervir no mercado para garantir preços remuneradores

WAGNER PIMENTEL

EM 15/05/2010

3 MIN DE LEITURA

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Ministro da Agricultura afirma disposição de intervir no mercado para garantir preços remuneradores aos produtores de café





O Ministro da Agricultura, Dr. Wagner Rossi reuniu-se na tarde desta última quinta feira 13/05/2010 com representantes da cadeia café. Conforme anteriormente anunciado em nosso informativo, o Ministro apresentou o novo Diretor do Departamento do Café – Dr. Robério Silva (ex-secretário geral da extinta Associação dos Países Produtores de Café - APPC). Wagner Rossi anunciou também a imediata liberação dos recursos para colheita de café, no montante de R$522 milhões do Funcafé. O Ministro solicitou ao Secretário de Produção e Agroenergia Dr.Manoel Bertone que durante a reunião fosse feita uma Agenda do Café, para que as demandas fossem transformadas em providências. Neste sentido o Senhor Ministro pediu que o s etor preparasse suas propostas em um prazo de 10 dias para que sejam avaliadas.

Entre os representantes dos produtores, Breno Mesquita da CNA, Maurício Miarelli e Francisco Miranda do CNC, Francisco Sérgio de Assis da Associação dos Produtores do Cerrado e Lúcio Araújo Dias da Cooxupé, priorizaram medidas que possibilitem maior acesso ao crédito para os produtores através de mecanismos de redução de riscos, a fim de promover a sustentação de preços para a comercialização da safra que se inicia, no que foram apoiados pelo Deputado Silas Brasileiro. “Tem uma carreta com 50 milhões de sacas vindo morro abaixo. A prioridade agora é a liberação de recursos para sustentar os preços para vendermos bem a safra e termos recursos para cumprirmos com nossos compromissos” afirmou Francisco Sérgi o de Assis. Já para o presidente do CNC Gìlson Ximenes, a prioridade deve ser a revisão do endividamento com conversão das dívidas financeiras em mercantis.

Estiveram também presentes na reunião, personalidades de destaque nos diferentes setores, que deram importantes contribuições.

Carlos Brando da P&A Internacional propôs a reativação do programa de marketing. De acordo com o consultor, dentre os países produtores, o Brasil é aquele que tem leis mais rígidas em relação a meio ambiente e direitos sociais para os trabalhadores. Portanto, o Brasil é o país que produz o café mais sustentável do mundo. Quem sabe disso? questionou Brando. O Brasil pode explorar sua imagem no exterior com reflexos positivos nos preços.

Roberto Ticoulat, proprietário da indústria 3 Marias de café solúvel solicitou medidas compensatórias em favor da competitividade do café solúvel e a revisão tributária com foco nas distorções que são causadas pelo PIS/COFINS. Falando como produtor e vice presidente da Sociedade Rural Brasileira, pediu ainda que o Governo estude mecanismos para que os produtores que não consigam se manter na atividade possam deixá-la.

Em relação a perspectiva de mercado, todos os participantes foram unânimes em afirmar que o momento é muito bom em relação a preços, pois apesar da aproximação de uma safra brasileira maior, o mercado consumidor necessita deste volume de café, pois outros concorrentes estão com quedas em suas produções, com perspectivas de redução nos próximos anos, ao mesmo tempo em que os estoques internacionais estão baixos.

Os exportadores presentes se mostraram preocupados com a remuneração dos produtores. Michael Timm, da exportadora Stockler, afirmou que o produtor terá que ganhar dinheiro para suprir a demanda crescente do mercado. Na mesma linha Jair Coser da Unicafé acrescentou que o consumo mundial crescerá em 25 milhões de sacas nos próximos 10 anos e que este espaço terá que ser ocupado pelo Brasil, mas que para isso a cafeicultura precisa ser uma atividade rentável.

Para o Deputado Silas Brasileiro o Ministro Rossi deu o tom que irá nortear o seu trabalho, priorizando medidas que tragam resultados rápidos aos cafeicultores para que possam vender bem a safra que se aproxima. “Foi uma mensagem de um homem público que mostra ter responsabilidade com o setor e sabe que não adianta focar propostas de difícil execução que prejudiquem as necessidades urgentes dos cafeicultores” disse Silas Brasileiro.

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