Café tem alta na ICE seguindo dólar e outras commodities

As cotações do café negociado na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com altas, ainda que limitadas, sendo que o suporte para tais avanços esteve calcado na força das commodities e também do mercado cambial internacional. No encerramento do dia, o julho teve valorização de 105 pontos, com a libra a 134,75 centavos, sendo a máxima em 135,15 e a mínima em 133,55 centavos por libra, com o setembro tendo ganho de 105 pontos, com a libra a 136,30 centavos, sendo a máxima em 136,60 e a mínima em 135,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 2 dólares, com 1.336 dólares por tonelada, ao passo que o setembro registrou valorização de 2 dólares, com 1.372 dólares por tonelada.

As bolsas de valores e as commodities em geral tiveram um dia de altas no mercado internacional, após uma diminuição acerca das incertas sobre a economia da China e da Espanha e também acerca da situação econômica na zona do euro, notadamente sobre as dívidas de vários países. Dessa forma, alguns operadores passaram a operar novamente em mercados de maior risco, saindo de áreas de maior segurança, como o dólar. A fraqueza do dólar faz as commodities menor varas em outras moedas. Adicionalmente, as notícias do dia trouxeram um maior otimismo para os mercados acionários. "Muitos dos fatores técnicos deram suporte para os preços do café, como o petróleo em alta e os avanços das bolsas de valores", disse Boyd Cruel, analista sênior de softs, da Vision Financial Markets, em Chicago.

Os preços do café estão sendo negociados entre 130,00 e 136,00 centavos desde o dia 17 de maio, com compras de torrefadores e também técnicas nas mínimas, mas também no lado mais alto das cotações verificamos vendas. O julho tem uma resistência mais efetiva em 135,50 e 137,00 centavos por libra. Traders estão particularmente interessados em compras de posições que foram anteriormente vendidas, por conta, principalmente, de uma forma de antecipação de negócios antes do feriado prolongado nos Estados Unidos. Além disso, a empresa Somar apontou que as zonas produtoras do Brasil deverão ter a entrada de uma nova massa de ar polar na próxima semana, apesar de levantamentos prévios indicarem que não deverão ser observadas geadas nas zonas produtoras do país.

O Brasil, maior produtor mundial de café, tem neste ano a sua safra de ciclo bianual alto. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na semana passada, informou sua estimativa para a safra brasileira de 2010/2011, no nível de 55,3 milhões de sacas, 23% a mais que em 2009/2010. O mercado, por sua vez, tem uma projeção bastante díspare para a safra do páis neste ano, variando entre 47 e 60 milhões de sacas. Mesmo com a chegada da nova safra do Brasil, a expectativa é que a disponibilidade de grãos de alta qualidade da América Central e da Colômbia continue curta. Os preços desse tipo de café estão em alta, por conta de recuos sucessivos na produção de cafés dessas áreas.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 26, somaram 1.668.200 sacas, contra 1.156.160 sacas do mesmo período de abril, de acordo com o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram retração de 230 sacas, indo para 2.332.563. Os contratos em aberto na bolsa nova-iorquina tiveram queda de 618 lotes, totalizando 138.355. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 21.260 lotes, com as opções tendo 5.979 calls e 3.135 puts. Tecnicamente, o julho tem uma resistência no patamar de 135,15, 135,50-135,60, 136,00, 136,30, 136,50, 137,00, 137,50, 137,90-138,00 e 138,50 centavos por libra peso, com o suporte se localizando em 133,55-133,50, 133,00, 132,60-132,50, 132,25, 132,00, 131,00, 131,50, 131,00, 130,50, 130,00, 129,50 e 129,10-129,00 centavos por libra.