18/06 09:45 PERSPECTIVA: "Bruxaria Quádrupla" deve trazer volatilidade aos mercados

Esta sexta-feira é dia da "Bruxaria
Quádrupla" (Quadruple Witching, em inglês), nos Estados Unidos, e deverá
contribuir para aumentar a volatilidade nos mercados, tanto nos índices
norte-americanos como também no Ibovespa, o principal índice da BM&FBOVESPA,
aqui no Brasil. Na "Bruxaria Quádrupla" vencem simultaneamente os contratos de
opções de ações, opções de índices, futuros de ações e futuros de índices de
ações.

Para analistas consultados pela Agência Leia, o Ibovespa deve "trabalhar de
lado". Há pouco, o índice futuro, com vencimento em agosto, operava em queda
de 0,18%, a 65.400 pontos, indicando abertura em campo negativo.

Na Europa, indicadores foram divulgados na Alemanha e no Reino Unido. No
primeiro país, o escritório federal de estatísticas Destatis informou que o
índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,9% em maio na
comparação com o mesmo período do ano anterior. Na comparação com o mês
anterior, o indicador avançou 0,3%, após subir 0,8% em abril.

Já no Reino Unido o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) informou
que a base monetária (medida pelo agregado monetário M4) cresceu 2,8% nos 12
meses até maio, uma desaceleração em relação à taxa de expansão anual registrada
em abril, de 3,2%.

O escritório nacional de estatísticas National Statistics, por sua vez,
informou que a dívida líquida do setor público do Reino Unido aumentou em 16
bilhões de libras esterlinas em maio na comparação com abril, para 903 bilhões
de libras, ou 62,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

Na agenda de indicadores do Brasil, apenas uma divulgação estava prevista
para hoje. Trata-se do Indice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) relativo ao
segundo decêndio de junho, que, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV),
registrou inflação de 1,06%. No mesmo período do mês anterior, houve inflação de
0,95%. No ano, o IGP-M acumula inflação de 5,90% e, em 12 meses, a variação é
de 5,39%. Os resultados do primeiro decêndio do IGP-M de maio foram apurados no
intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.

No cenário corporativo, destaque para a Usiminas, que poderá aumentar a
exportação de minério de ferro caso o preço da commodity continue em
ascendência. A afirmação foi feita por Gilson Rodrigues Bentes, da equipe de
Relações com Investidores (RI) da companhia, ontem à noite durante reunião do
Instituto Nacional dos Investidores (INI).

No primeiro trimestre de 2010 a Usiminas comercializou 317 mil toneladas de
ferro, em uma "fase de testes", de acordo com Bentes. Já no ano passado, ele
afirmou que a exportação de minério foi pouco significativa para a empresa. Ao
contrário da concorrente Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Usiminas ainda
não é autossuficiente em ferro. No pregão de ontem, as ações ordinárias da
empresa (USIM3) subiram 0,09%, a R$ 46,59, enquanto as preferenciais classe A
(USIM5) caíram 0,79%, a R$ 46,73.

Também ontem à noite, a Standard & Poor's Ratings Services informou que
mantêm os ratings "BB-" da Cosan S.A. e da Cosan Limited em "creditwatch"
com implicações positivas. Segundo a agência, o "creditwatch" reflete os
esperados efeitos positivos que a joint venture entre a companhia e a Shell
deverão trazer aos perfis financeiro e de negócios da Cosan.

"Continuamos acreditando que a transação terá um efeito positivo sobre o
perfil financeiro da Cosan. Assumindo-se que o negócio feche, esperamos que os
efeitos positivos venham da transferência da dívida líquida da Cosan para a
joint venture, muito embora a Cosan não controlará totalmente os fluxos de caixa
da entidade combinada. A associação provavelmente melhorará a liquidez com
caixa da Shell e se beneficiará das gerações de caixa mais fortes vindas dos
ativos de distribuição e comercialização de combustível da Shell no Brasil",
aponta a S&P em nota. Ontem, as ações da empresa (CSAN) subiram 0,31%, a R$
22,61.

Ainda no cenário corporativo, a Oi terá que escolher entre um de seus
códigos de longa distância, o 31 ou o 14, para atuar no estado de São Paulo. A
decisão foi feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em
julgamento de um recurso da Brasil Telecom. O código 14 pertence à Brasil
Telecom, enquanto o 31 é usado pela Oi.

O conselho diretor da Anatel também definiu que cada uma das empresas poderá
continuar usando seu próprio código de longa distância, mas cada uma em sua
área de concessão. A Oi continuará usando o 31 na região I (que corresponde aos
estados da região Nordeste, mais Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,
Pará, Amapá, Amazonas e Roraima), mas terá que deixar o código na região II (que
engloba o Distrito Federal e os estados da região Sul, mais Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia e Acre), onde atua como autorizada, já
que é área de concessão da Brasil Telecom. A última empresa, por sua vez,
continuará usando o código 14 na região II, mas deixará de usá-lo na região I.

No pregão de ontem, as preferenciais da BrT (BRTO4) perderam 3,23%, a R$
11,67, enquanto as ordinárias (BRTO3) caíram 0,72%, a R$ 16,41. As ações
preferenciais classe A da Telemar (TMAR5) perderam 3,07%, a R$ 50,40, enquanto
as ações preferenciais da Tele Norte Leste (TNLP4) desvalorizaram 1,22%, a R$
28,31. Já as PNs da Tele Norte Leste (TNLP3) fecharam estáveis, a R$ 38,95.

Por fim, a Fras-Le, empresa do grupo Randon, informou há pouco que obteve em
maio uma receita líquida consolidada de R$ 46,7 milhões, alta de 29,7% em
relação ao mesmo mês de 2009. No acumulado de janeiro a maio, a receita
totalizou R$ 206,5 milhões, uma variação positiva de 29,2% em relação ao mesmo
intervalo do ano passado.

Já a receita bruta total (sem eliminações e com impostos) somou R$ 61,1
milhões no mês passado, um avanço de 15,7% em relação a maio de 2009. No
acumulado dos primeiros cinco meses de 2010, a receita bruta atingiu R$ 277,4
milhões ou 22,3% a mais que no acumulado do mesmo período do ano anterior.
Ontem, as ações preferenciais da empresa (FRSA4) subiram 1,81%, a R$ 3,38.


Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os índices futuros, com vencimentos em setembro,
operavam em terrenos opostos. O Nasdaq valorizava-se em 0,02%, a 1.910,00
pontos. Já o Dow Jones recuava 0,09%, a 10.366 pontos. O futuro S&P 500 operava
em queda de 0,07%, aos 1.110,90 pontos.

Na Europa, os principais índices também operavam em rumos opostos. O CAC-40,
da Bolsa de Paris, tinha perdas de 0,18%, a 3.676,29 pontos. O DAX-30, de
Frankurt operava em alta de 0,08%, a 6.228,92 pontos. O FTSE, da bolsa de
Londres, tinha valorização de 0,21%, a 5.265,42 pontos.

Os índices das principais bolsas asiáticas encerraram o pregão desta
sexta-feira em campos distintos. O Nikkei 225 encerrou em baixa de 0,04%, a
9.995,02 pontos, assim como o Xangai Composto, de Xangai, que fechou o dia com
retração de 1,84%, a 2.513,22 pontos. Já o Kospi, da bolsa de Seul, encerrou o
dia em alta de 0,24%, a 1.711,95 pontos e o Hang Seng, de Hong Kong, subiu
0,74%, a 20.286,71 pontos.


Petróleo
Há pouco, o mercado de petróleo operava em terreno negativo. Em Nova York, o
WTI, com vencimento em julho, tinha perdas de 1,26%, a US$ 75,82, o barril. Em
Londres, o contrato do tipo Brent, com vencimento em agosto, recuava 1,46%, a
US$ 77,53.


Câmbio
No início das operações do mercado de câmbio, o dólar comercial operava em
queda de 0,57%, a R$ 1,779. Já o dólar futuro, para julho, registrava
desvalorização de 0,16%, a R$ 1.783,00.


Juros
No mercado de juros futuros da BM&FBOVESPA, os contratos, com vencimento em
janeiro de 2011, operavam estáveis, a 11,28%. Os contratos com vencimento em
janeiro de 2012 caíam de 12,23% a 12,21%.