Uma das maiores redes de consumo de café, a Starbucks desenvolveu um padrão próprio de qualidade para a produção de café sustentável. Sendo o Brasil o maior produtor de café do mundo - somente em 2020 foram produzidas 63,1 milhões de sacas, o equivalente a 3,7 toneladas de café - a multinacional norte-americana tem investido na compra de insumos brasileiros. No entanto, para se tornar um fornecedor da empresa é preciso possuir o selo de boas práticas e fornecimento ético denominado Práticas de Equidade na Produção de Café, ou C.A.F.E (Coffee and Farmer Equity) Practices.
Criado pela SCS Global Services, em associação à Starbucks e à Conservação Internacional, o padrão foi um dos primeiros conjuntos de normas da indústria do café para a compra ética e visa garantir que a Starbucks tenha fornecedores de café sustentável ao longo de toda a sua cadeia produtiva. A SCS é responsável também por assegurar a qualidade e a integridade do processo de verificação de terceira parte do selo, capacitando e aprovando organizações que realizam as verificações.
Até o momento o Brasil só contava com três entidades verificadoras das práticas de acordo com o protocolo desenvolvido pela Starbucks. Recentemente, no entanto, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), uma certificadora socioambiental com mais de 25 anos de experiência no mercado, também passou a fazer essa verificação. “Nós estamos muito satisfeitos por termos nos tornado verificadores do CAFÉ Practice no Brasil. Acreditamos que essa será uma importante contribuição para a construção de uma cadeia do café mais sustentável e valorizada economicamente ”, afirmou o coordenador de Certificação Agrícola do Imaflora, Edson Teramoto.
De acordo com a empresa, a verificação das práticas segundo o protocolo CAFÉ Practice abrange um conjunto de mais de 200 indicadores sociais, econômicos e ambientais. Esta abordagem avalia as fazendas tendo como base em critérios de qualidade econômicos, sociais e ambientais, todos concebidos para promover práticas de cultivo de café transparentes, lucrativas e sustentáveis, ao mesmo tempo que protege o bem-estar dos cafeicultores, das suas comunidades e do planeta.
A certificação socioambiental é um instrumento criado a fim de testar e garantir boas práticas ao logo das cadeias de produção. Outras grandes empresas, como a Nespresso, também já adotaram padrões de produção para seus fornecedores ou de estabeleceram critérios de compra ética que envolvem apenas empresas e fazendas certificadas. Teramoto explica ainda que para que as auditorias sejam realizadas, é preciso que as propriedades e empresas sigam corretamente as práticas exigidas pelo padrão.