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Variedades e podas podem minimizar efeitos de stress hídrico em cafeeiros

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

FOLHA PROCAFÉ

EM 05/08/2019

1 MIN DE LEITURA

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As observações de campo mostram que em regiões cafeeiras mais sujeitas a stress hídrico, a adoção de variedades adequadas e o uso de podas auxiliam na redução dos efeitos da falta de água.

Quanto às variedades de café em cultivo no Brasil, a conilon, pertencente à espécie Coffea canephora, logicamente é a que se mostra mais resistente à seca. Nas cultivares arábica, dentre as tradicionais se destaca a Catuaí, pelo seu porte baixo e copa compacta, com mais tolerância a stress hídrico. Nas cultivares novas são bem resistentes à seca a cultivar Siriema, os Catucaís, Azulão (36/6 cv 366), Beija-Flor (36/6 cv 365) e o Japy (19/8), além dos Acauãs em geral. Destaca-se, ainda, que estas cultivares são também resistentes à ferrugem.

Quanto ao uso de podas, o efeito benéfico desta prática ocorre pela redução da parte aérea das plantas de café, resultando em melhor equilíbrio com seu sistema radicular. Assim, podas como decote, esqueletamento e mesmo recepa melhoram muito o estado hídrico das plantas. Também, a renovação da ramagem lateral pela poda, substituindo porções velhas e muito finas dos ramos, por outras novas e mais curtas e grossas, melhora toda circulação de água/nutrientes nos cafeeiros podados.

Na região de Bonito (BA), na Chapada Diamantina, onde ocorrem déficits hídricos frequentes, os talhões de cafeeiros formados com as cultivares Japy e Beija-Flor tem se comportado sempre com melhor enfolhamento e boa produtividade, quando comparados com os demais. Também nessa região, que exemplifica o que pode ocorrer nos diferentes ambientes cafeeiros com déficits hídricos prejudiciais, a aplicação de decotes sucessivos a cada 2-3 anos, reduzindo a altura das plantas, tem resultado em cafeeiros sempre mais enfolhados, vigorosos e produtivos, com frutos bem granados e com maior garantia de safra, apesar dos déficits.

O manejo de cafeeiros com copa mais reduzida significa, deste modo, uma boa alternativa, juntamente com a utilização de variedades mais tolerantes ao stress hídrico, para o manejo de cafezais em zonas com deficiências no regime de chuvas.


Contraste entre cafeeiros altos, sem poda (a direita) e com decote (a esquerda) - Bonito (BA), maio/19


Detalhe de cafeeiros decotados, com redução de copa, em bom estado vegetativo - Bonito, Chapada Diamantina (BA), maio/19


Detalhe de cafeeiros da cultivar Japy em bom estado vegetativo, mesmo em período sem chuvas - Bonito (BA), maio/19

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