Tem sido observado, em algumas lavouras de café, que a soja perene pode passar a ser um problema, cobrindo, com gravidade, a copa dos cafeeiros.
A soja perene (Neonotonia wightii) é uma leguminosa de origem africana, introduzida no Brasil na década de 50 para uso como forrageira em pastagens, visando enriquecer a área de proteína. A planta também é usada, consorciada ou não, especialmente em pomares de fruteiras, para funcionar como adubação verde.
Como o nome indica, trata-se de uma planta perene, que pode se desenvolver o ano todo, rebrotando. A sua reprodução principal se dá por sementes, mas também se multiplicam a partir de estacas do caule e de suas raízes.
Na lavoura de café, a soja perene se desenvolve inicialmente de forma rasteira, mas logo sobe nos cafeeiros e, sem controle, chega a cobrir completamente a copa das plantas, assim concorrendo duplamente, retirando água e nutrientes do solo e reduzindo, pela cobertura, a fotossíntese pela folhagem dos cafeeiros.
Como a eliminação de ervas trepadeiras se dá pelo seu arranquio junto à linha de cafeeiros, a soja perene dificulta essa prática, já que tem a capacidade de rebrota pelas suas hastes e raízes. Então, como nas demais plantas trepadeiras, o ideal é praticar o controle com herbicidas específicos, quando as ervas se encontram mais novas, quando ainda estão rasteiras, no chão. Um dos herbicidas muito eficientes no seu controle é a base de 2,4-D.
A soja perene se desenvolvimento na lavoura de café, no chão e subindo e cobrindo os cafeeiros