O replantio em lavouras de café não vem sendo adotado com o devido cuidado, resultando em lavouras falhadas e com menor número de plantas por área, o que afeta a sua produtividade. A operação de replantio em cafezais consiste em substituir plantas que morrem ou que ficam muito fracas e que, assim, deixam de ser plantas normais, com estrutura de ramos adequada a um bom potencial produtivo. A reposição de plantas pode ser feita em duas situações principais. Na fase de formação da lavoura, de preferência no pós-plantio, o replantio deve ser realizado para ocupar com novas plantas aquelas que falharam. Na lavoura adulta entende-se o replantio como um repovoamento, buscando suprir falhas por morte de plantas já mais velhas.
No pós-plantio, até o primeiro ano de campo, o replantio é uma prática muito desejável para formar a lavoura de forma homogênea, mantendo o stand de plantas programado conforme o espaçamento desejado. Assim, quanto antes for feita a reposição de falhas, melhor vai ser a uniformização na lavoura.
Na lavoura adulta o replantio vem sendo deixado de lado, ou seja, vem sendo pouco praticado. Porém, tem sido observado que ele é necessário e indicado, especialmente para os casos de pequenas propriedades e para as lavouras que sofreram morte significativa de plantas.
A morte de plantas adultas de café está associada a várias causas, sendo as principais: ocorrência de pragas e doenças nas raízes e tronco, como cochonilhas, moscas, nematoides e fusariose; stress por alta carga, quando associada a problemas de solo; ocorrência de sistema radicular deficiente; e morte de raízes, no caso de plantas podadas drasticamente (recepa e esqueletamento).
É fato que a colocação de plantas novas no meio de uma lavoura adulta encontra dificuldades com a infestação de mato, com adubações e tratos que precisam ser diferenciados. No entanto, como já referido, é perfeitamente possível e muito indicado, especialmente em pequenas propriedades e para os casos onde se pratica podas drásticas, as quais, de um lado constituem uma causa importante de morte de plantas, mas de outro promovem a abertura das áreas e, assim, facilitam o replantio de falhas.
Alguns cuidados devem ser observados no replantio/repovoamento de lavouras adultas, sendo: usar mudas maiores; usar variedades resistentes a nematoides; usar fonte de matéria orgânica nas covas de plantio e inseticidas/fungicidas/nematicidas no pós-plantio; fazer um controle de mato mais cuidadoso, junto às mudas replantadas, evitando deriva de herbicidas não seletivos; e diminuir, quando necessário, a distância entre plantas na linha.
Por último uma mensagem importante: o número de plantas de café por área é um fator com efeito direto sobre a produtividade da lavoura. Através do replantio pode-se repor o stand de plantas e, assim, deixar de cuidar, a custo semelhante, de uma área com menor número de cafeeiros e menos produtiva.
Área de cafezal velho com falhas já replantadas depois de uma poda drástica. Pode-se ver uma moita de mato já se desenvolvendo próximo à planta nova. Neste caso, o espaçamento entre plantas do replantio deveria ser com menores distâncias, aproveitando para adensar mais na linha.
Detalhe de plantas novas de cafeeiros se desenvolvendo bem, aqui replantadas no meio de lavoura adulta esqueletada, substituindo falhas provocadas por morte de plantas adultas.