Desde a década de 1970 até os dias atuais foram obtidos grandes avanços na produtividade dos cafezais no Brasil, passando de cerca de 6-7 sacas por ha, na época passada, para 28-30 scs/ha atualmente. Porém, é preciso adotar cuidados para manter e ampliar ainda mais esses níveis produtivos.
A manutenção de bons níveis de produtividade nos cafezais é necessária para reduzir os custos de produção do café, com isso, melhorando a rentabilidade do produtor e a competitividade do café em relação a outros produtos agrícolas e, também, para manter o café brasileiro competitivo em relação ao de outros países produtores no mundo.
A relação entre a produtividade e os custos de produção é bastante evidente, pois os gastos ou custos fixos, as despesas dispendidas com a administração, com capinas, com a infraestrutura e com a própria operação de colheita, são praticamente as mesmas, independentemente da lavoura estar muito ou pouco produtiva. Por sua vez, os gastos variáveis, com fertilizantes, defensivos e outros insumos, e as práticas como a irrigação, influenciam bastante na produtividade e, por isso, não podem ser descuidados.
A figura 1 apresenta uma média de despesas totais por hectare e os custos de produção por saca de café, levantados pelo SEBRAE-Educampo em 262 propriedades cafeeiras do estado de Minas Gerais, conforme a produtividade das lavouras. Verifica-se, claramente, que embora as despesas totais cresçam nas propriedades mais produtivas, o custo por saca produzida vai caindo com o aumento da produtividade.
Figura 1 - Despesas por hectare e custos de produção por saca em lavouras de café com 5 níveis de produtividade no estado de Minas Gerais. Fonte: Sebrae Minas/Educampo, Amostra: 262 fazendas, em diferentes regiões do estado MG. Período: Biênio 17/19.
A produtividade das lavouras de café pode ser considerada por planta ou por área. Atualmente, o que se busca é uma interação favorável, que resulte, mesmo com menor produção por planta, uma boa produção por área.
Nas propriedades cafeeiras normalmente existem lavouras em vários estágios e com diferentes padrões de produtividade. São talhões de idade ou variedades diversas, de espaçamentos variados, em tipos de solos diferentes, etc, além de áreas livres, sem café. Deve-se fazer uma análise das características dos talhões, seguindo-se a seleção deles em três categorias: os que se encontram bem produtivos e devem continuar a ter tratos normais; os que estão pouco produtivos, mas que apresentam condições para ter tratos especiais de recuperação; e os que estão em péssimas condições, não compensando os tratos, onde a solução é a substituição.
O estabelecimento de metas de produtividade é importante, embora os níveis adequados possam variar com a região produtora e o tipo de exploração. De forma geral, é possível verificar que nas propriedades de exploração familiar, com menores custos fixos, as metas produtivas podem ser adequadas mesmo em menores níveis, como na faixa de 20-30 sacas/ha. Já em propriedades maiores, de exploração empresarial, devem ser buscadas produtividades acima de 30-40 sacas/ha.
Boa produtividade nas lavouras de café representam menores custos de produção e garantem melhor renda ao cafeicultor