A molhação das plantas de café após o seu plantio no campo é uma prática que garante o pegamento das mudas plantadas, sempre que houver um período seco. Por isso, é muito vantajosa, pois evita novos gastos com a reposição de novas mudas e com serviços de replantio, sem falar no efeito positivo sobre o desenvolvimento inicial das plantas na lavoura.
O plantio de café na região centro-sul do País ocorre entre novembro e março, dentro do período chuvoso normal do ano. No entanto, pode haver ocorrência de veranicos, especialmente nos meses de janeiro/fevereiro, e mesmo em pequenos períodos, de 10-15 dias, podem causar danos às plantas ainda novas no campo.
As mudas plantadas mais recentemente, que ainda não tiveram tempo de enraizar no campo, contam com um sistema radicular ainda pequeno e superficial, restrito ao torrão, assim tendo dificuldades para ter acesso à água pouco disponível do solo. Essa falta de água acarreta escaldadura da folhagem, murcha, seca e até morte de plantas, e, mesmo não chegando a matar, provoca o subdesenvolvimento das plantas. Assim, deve-se socorrer com molhações de forma preventiva, não deixando as plantas sentirem muito.
A molhação consiste em colocar uma pequena quantidade de água, de forma localizada, junto às mudas. A quantidade de água vai depender do tipo de solo, de sua umidade e do intervalo entre molhações. Normalmente se utiliza 3-5 litros de água por planta. O custo dessa operação vai depender da distância da lavoura e a fonte de água. Podem ser usados tanques rebocados por tratores, mangueiras e tubulações ligadas a bombas. Quanto maior a facilidade de obter a água, melhor.
Outro aspecto da molhação é o mito existente de que não se pode molhar nas horas com sol. Isso não procede e pode dificultar o processo em plantios grandes, retardando o turno da molhação e comprometendo o plantio.
Dado o remédio, agora vai a prevenção, ou seja, aquilo que deveria ter sido adotado para evitar problemas:
1º) Deve-se fazer o plantio bem no começo da estação chuvosa para que as mudas cresçam suficientemente até janeiro ou efetuar o plantio após janeiro;
2º) Usar mudas bem aclimatadas;
3º) Manter a linha de plantio livre de mato para evitar a concorrência por água;
4º) Usar, quando possível, material orgânico no sulco/cova ou no pós plantio para conservar mais a umidade;
5º) Usar cultura intercalar que proporcione um leve sombreamento a fim de amenizar a insolação sobre as mudas
6º) Fazer adubações equilibradas para evitar um desequilíbrio entre parte aérea e sistema radicular.