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Maiores distâncias na linha de plantio de cafeeiros facilitam esgotamento das plantas

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

FOLHA PROCAFÉ

EM 27/05/2020

3 MIN DE LEITURA

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Os espaçamentos usados na implantação de lavouras de café evoluíram muito nas últimas décadas, até se chegar à indicação de um sistema renque, onde a distância entre plantas na linha é bem pequena. Porém, muitos produtores ainda relutam em adotar essas menores distâncias. As informações agora obtidas de ensaio onde se comparou diferentes distâncias para as variedades catuaí e mundo novo mostram um novo aspecto. Os cafeeiros mais distantes se esgotam muito ao longo das safras.

Os sistemas de espaçamento nas lavouras de café eram bem abertos no passado, resultando em baixo stand de plantas por área. Nas décadas de 1950 e 1960, eram usadas distâncias de 3x3 a 4x4 m, com menos de mil covas/ha. Depois, nas décadas de 1970 e 1980, houve evolução para plantios retangulares, onde as distâncias variavam de 3,5-4 m x 1,5-2,5 m, com uso predominante de duas mudas por cova. De meados dos anos 80 em diante foi demonstrada a importância de aumentar o número de plantas por área, para a faixa de cerca de 5000 pl/ha, com o uso de espaçamentos em renque.

Inúmeros experimentos foram realizados em diferentes regiões produtoras, onde foram estudados diferentes espaçamentos nas ruas e nas linhas. Nesses campos sempre foi verificado que as menores distâncias resultavam em maiores produtividades por área. Em função disso, a recomendação atual é de uso de espaçamento de 0,5 m entre plantas na linha e a distância na rua vai variar com a condição local. Em áreas montanhosas, essa distância pode ser menor, de 2-2,5 m, pois não vai ser possível mecanizar. Já nas áreas mecanizáveis, essa distância precisa ser maior, na faixa de 3,5-4,0 m.

Na menor distância entre plantas, cada uma delas produz menos, porém, mesmo assim, pelo seu maior número, a produtividade por área fica maior. O experimento em análise de comparação entre diferentes distâncias na linha de cafeeiros de duas variedades (mundo novo e catuaí), realizado em Franca (Fazenda Exp. Fundação Procafé), demonstra isso, podendo-se visualizar os resultados na tabela 1. Verifica-se que a produtividade média das cinco safras foi 38% maior na distância de 0,5 m em comparação com 1,0 m, isto na média das duas variedades. O cálculo da produção por planta ficou em 0,58 kg na distância de 1,0 m, contra 0,41 kg/pl na de 0,5m, portanto, uma produção a mais em cerca de 40% na distância de 1,0 m.

Observando as plantas do ensaio, como se encontram agora, depois da 5ª safra, fica muito evidente a situação de maior esgotamento das plantas a 1,0 m, se apresentando com ramagem seca e com menor vigor no geral, enquanto aquelas a 0,5 m apresentam vegetação normal. Com certeza, esse esgotamento se deve à maior produção por planta na maior distância. Esse aspecto já vem sendo considerado ao se indicar menores distâncias entre plantas quando do plantio de variedades menos vigorosas, como alguns catimores/sarchimores. Para as cultivares catuaí e mundo novo, com cafeeiros de bom vigor, o esgotamento severo das plantas não era esperado. Porém, na região de Franca, nos últimos anos, tem havido muitos períodos de stress hídrico, o que deve ter agravado o depauperamento das plantas, conforme pode ser observado nas fotos ilustrativas aqui colocadas.

O melhor estado vegetativo dos cafeeiros, nas menores distâncias de plantio, está relacionado ao melhor equilíbrio na relação folhas/frutos, com uso mais adequado das reservas das plantas, reduzindo seu esgotamento após as safras. O maior quantitativo de raízes e sua melhor relação com a parte aérea das plantas também é importante nesse aspecto.

Pode-se concluir, com base nos resultados de produtividade e na observação das plantas no campo, que devem-se adotar menores distâncias entre plantas de café nas linhas, pois além de resultarem maior produtividade por área, elas, ao produzirem menos individualmente, se esgotam menos, isto mesmo para variedades mais vigorosas, como catuaí e mundo novo, e, especialmente, nas regiões com maior possibilidade de stress hídricos.


Tabela 1 - Produtividade nas cinco primeiras safras em cafeeiros sob efeito de espaçamentos na linha, em duas variedades. Franca (SP), 2019


Parcelas de cafeeiros da cultivar catuaí A 62, do ensaio de espaçamentos na linha, indo para a 6ª safra, com contraste entre 3,5 x 0,5 (esq.) e 3,5 x 1,0 m (dir.) - Franca (SP), maio/2020


Parcelas de cafeeiros da cultivar mundo novo 379/19, do ensaio de espaçamentos na linha, indo para a 6ª safra, com contraste entre 3,5 x 0,5 (esq.) e 3,5 x 1,0 m (dir.) - Franca (SP), maio/2020

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JOSÉ BRAZ MATIELLO

MACAPA - AMAPÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/07/2020

Senhor Romero, no geral aí em Goiás ocorrem respostas boas à irrigação. Deste modo, deve ver ai como acontece o balanço hidrico e verificar o quanto existe de risco, por anos ou períodos com stress hidrico. Decidida a viabilidade da irrigação, daí vem a escolha do sistema. O gotejamento tem vantagens e desvantagens. Considere o custo do investimento, a durabilidade do sistema, o custo operacional , a quantidade e qualidade da água disponível. Sucesso aí. Matiello
JOSÉ BRAZ MATIELLO

MACAPA - AMAPÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/07/2020

Senhor Romero, como já tem o Arara que é um pouco mais tardio na maturação, ou continua plantando este ou pode plantar o Guará, igualmente produtivo e de maturação um pouco mais cedo. O espaçamento pode ser de 3,7 por 0,5 m. Matiello
ROMERO MANTOVANI MALAGOLI

CATALÃO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/07/2020

Obrigado pela pronta resposta. Mais uma dúvida. Coloco irrigação por gotejo ou sequeiro?
ROMERO MANTOVANI MALAGOLI

CATALÃO - GOIÁS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/07/2020

Boa tarde Sr. Matiello. Tenho uma lavoura de 33ha de café Acaia do cerrado no município de Catalão-GO. Estou abrindo uma área de 5ha para plantio. Qual espécie e espaçamento entre as covas recomenda? Obrigado.
ERIVEUTON

SÃO GABRIEL DA PALHA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 28/05/2020

Sabe tudo!!! Esse sim é tecnico

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