A bifurcação de ramos produtivos em cafeeiros arábica é uma característica muito conhecida, sempre presente e desejada nas plantas. Por outro lado, em cafeeiros robusta e conilon, esta particularidade da ramagem é pouco encontrada e não desperta interesse, até recebe opiniões contrárias por parte de produtores e de alguns técnicos que associam este aspecto à maior presença de saia em cafeeiros conilon, o que não é bem aceito por eles.
A brotação de novos ramos laterais ou plagiotrópicos, oriundos desses mesmos ramos, forma o que se chama de bifurcações, dando origem ao palmetamento. Essa formação aumenta a área produtiva de cada ramo lateral primário, pois multiplica a quantidade de ramos e, consequentemente, aumenta o número de nós, os quais vão dar origem a mais florações e frutificações.
As observações em campo, feitas nos últimos anos, mostram que cafeeiros robusta-conilon podem sim formar ramagem lateral mais abundante, através de formação de palmetas, à semelhança dos cafeeiros arábica.
Nos cafeeiros arábica, a pesquisa evidenciou que uma maior formação de palmetamento em condições normais está ligada a um espaçamento mais largo entre plantas na linha. Em situações anormais, onde ocorre bloqueio hormonal da ponta dos ramos, seja por distúrbios climáticos ou por deficiências nutricionais (especialmente de B), a formação de novos ramos laterais sobre os primários aumenta bastante.
No caso dos cafeeiros conilon, a maior formação de palmetamento, ou seja, uma maior brotação de ramos novos em laterais primários, está ligada à condução de um menor número de hastes/planta, especialmente na condução uni-caule, como vem sendo feita em algumas lavouras de conilon mais recentemente. A própria utilização de mudas clonais nos plantios de conilon tem levado a isso, pois essas plantas, assim formadas, de início produzem menor número de hastes ortotrópicas.
Uma das razões que contraindicariam práticas para favorecer o palmetamento em cafeeiros conilon está na maior dificuldade de derriça dos frutos na colheita. Em ramos bifurcados, o trabalhador não correria livremente a mão de cima a baixo nesses ramos. No entanto, com a maior frutificação, haveria vantagens produtivas, ainda mais conhecendo que, atualmente, parte da colheita do conilon é praticada pelo corte rente da ramagem, sobre lona, depois com derriça por máquina debulhadora. Além disso, com a condução de menor número de hastes, logicamente associada a um menor espaçamento, seria viável praticar o esqueletamento de cafeeiros conilon, à semelhança do sucesso que vem sendo alcançado com essa prática em cafeeiros arábica. No esqueletamento, como se sabe, a bifurcação desejada para multiplicar a ramagem produtiva nova é induzida pela própria poda.